Com alvará de funcionamento obtido através de fraude, uma fábrica irregular de álcool em gel foi interditada na tarde desta terça-feira (14), em Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória. Duas pessoas suspeitas de envolvimento na produção ilegal foram conduzidas para a Delegacia Patrimonial por colocarem a população em riscos, como o de explosão.
O nome da empresa não foi divulgado pela polícia. A interdição é resultado de uma operação conjunta realizada entre o Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Cariacica.
O tenente coronel Wagner, do Corpo de Bombeiros, contou que recebeu a denúncia através das redes sociais. Após entender que o local tratava-se de um galpão, foi solicitado o apoio Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para averiguar o estabelecimento.
"O grande risco do estabelecimento é a explosão, e caso houvesse - uma vez que havia cheiro forte de gás no momento da nossa abordagem, essa explosão poderia desencadear pessoas feridas, já que tratava-se de um galpão em bairro residencial", afirmou.
Ele explicou que, buscando a desburocratização para obtenção do alvará de funcionamento, o Corpo de Bombeiros disponibilizou para empresas capixabas - com até 150 m² e de baixa carga de incêndio - a liberação automática do alvará mediante informações de responsabilidade por parte do proprietário da empresa. Valendo-se disso, a fábrica clandestina conseguiu um alvará através de fraude.
"A empresa inseriu dados e metragens que não eram verdadeiras e omitiu a alta carga de incêndio do estabelecimento. Por isso, a empresa teve o alvará cassado. O galpão não era adequado para esse tipo de fabricação. Não tinha ventilação e levava risco humano para os trabalhadores e moradores da região", contou.
De acordo com a delegada Rhaiana Bremenkamp, da titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), algo que chamou atenção no momento da abordagem é que na fábrica havia grande quantidade de bombonas de mil litros para armazenamento do álcool.
"Isso indica, ainda será comprovado, que dentro desses tonéis havia álcool de destilaria ou combustível, que não são para uso humano e nem permitido para fabricação de álcool em gel. Verificamos que houve o crime de exposição ao perigo - dos funcionários e da população do bairro residencial, crime contra o consumo - pois faltavam especificações nos rótulos, crime contra a saúde pública - por faltar procedentes dos materiais, e crime contra o meio ambiente - pelo material armazenado de forma irregular", informou .
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