Familiares e amigos do empresário Thiago Simões Nossa, 31 anos, assassinado em 11 de dezembro do ano passado, instalaram um outdoor e uma faixa nas ruas de Guarapari pedindo justiça para o caso. Dos cinco suspeitos de cometer o homicídio presos pela Polícia Civil, somente dois permanecem detidos.
“Queremos justiça e uma explicação: por qual motivo a polícia prende e a Justiça solta? Dos cinco presos, três já foram soltos. E o Thiago está morto. Como isto é possível?”, questiona um familiar que pediu para não ter o nome citado.
Um dos últimos a ser liberto foi o também empresário Valdecir Nunes Alves, detido em 14 de dezembro de 2021, suspeito de ser o mandante do crime. Ele foi solto a partir de uma decisão provisória concedida pela desembargadora Eliana Junqueira Munhos Ferreira, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), no dia 27 de dezembro. O alvará de soltura foi expedido no dia seguinte.
Para amigos de Thiago, ainda há muito a ser explicado sobre as motivações do crime. “A preocupação é de que após o trabalho feito pela polícia, que em 30 dias conseguiu prender os principais suspeitos pelo crime, não seja feita justiça”, relata um amigo que preferiu preservar o nome.
Além de Valdecir, foram presas no dia 14 de dezembro outras quatro pessoas apontadas como coautoras do assassinato do empresário Thiago Simões Nossa, no bairro Aeroporto, em Guarapari. Segundo informações da Polícia Civil, duas prisões ocorreram nos bairros Maxinda e Bela Vista, no mesmo município, e as outras duas foram efetuadas em Eunápolis, na Bahia.
A Polícia Civil informou que as investigações começaram assim que a corporação soube do caso, que, a princípio, foi registrado pela Polícia Militar como latrocínio, mas, após as primeiras diligências, passou a ser tratado como homicídio.
Segundo o titular da DHPP de Guarapari, delegado Franco Malini, duas pessoas invadiram o local de trabalho da vítima, tentaram simular um roubo, mas, na verdade, estavam cometendo um crime de mando. “Eles abordaram, entraram em luta corporal e mataram a vítima”, contou, em entrevista à época das prisões.
Durante operação realizada no dia 14 de dezembro do ano passado, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. No bairro Maxinda, em Guarapari, um homem de 56 anos foi preso e, no local, foram apreendidas munições de calibres de uso permitido. Já no bairro Bela Vista, no mesmo município, a polícia prendeu uma mulher de 44 anos e um homem de 48.
Já em Eunápolis, na Bahia, foram detidos um homem de 27 anos e uma mulher de 26. Os cinco são apontados pela polícia como mandantes, intermediadores e executores. Entretanto, as investigações ainda estão em andamento para esclarecer o papel de cada um deles e verificar qual foi a motivação do crime que, a princípio, seria uma divergência negocial.
De acordo com a Polícia Civil, na ocasião todos os presos foram encaminhados ao sistema prisional do Espírito Santo. Os nomes das pessoas suspeitas pelo crime não foram informados naquele momento. Posteriormente o nome do empresário Valdecir foi citado em processo que tramita na justiça estadual e que naquele momento não estava em segredo de justiça.
Thiago era dono de uma empresa de terraplanagem que prestava serviço para a Prefeitura de Guarapari. Valdecir seria um dos seus sócios. Antes de ser morto, Thiago chegou a fazer um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, onde relatou ter sofrido uma ameaça de morte por parte de outro empresário, em junho deste ano, no mesmo município.
De acordo com o registro ao qual a TV Gazeta teve acesso, os dois teriam brigado devido à disputa por uma licitação da cidade. O outro empresário teria procurado Thiago devido a uma suposta dívida e dito que "se não recebesse de uma forma, iria receber de outra".
A Polícia Civil também investigava um vídeo que mostra dois homens na região do estabelecimento onde o empresário Thiago foi morto. Inicialmente, eles aparecem de capuz, andando normalmente. Pouco depois, ambos surgem correndo na direção contrária. Confira:
O inquérito policial que apura os responsáveis pelo assassinato de Thiago Simões Nossa ainda não foi concluído e o processo tramita em segredo de justiça.
Na manhã do dia 11 de novembro deste ano, a Polícia Militar informou que uma equipe esteve no local do crime e obteve a informação de que dois indivíduos armados entraram em um escritório que fica na área de um posto de gasolina e anunciaram o assalto.
"No momento da fuga, os suspeitos atiraram e deram facadas em um homem que, após receber atendimento médico, veio a óbito. Buscas foram realizadas, mas os indivíduos não foram localizados", informou a corporação, na ocasião. De acordo com apuração da TV Gazeta, Thiago Simões Nossa morreu na ambulância.
O advogado de defesa do empresário Valdecir Nunes Alves, citado nesta matéria, não foi localizado para se manifestar sobre o assunto.
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