A criança teve a morte confirmada na tarde de sexta-feira (23). Veja mais detalhes
Familiares de Wenderson Fagundes Melo — o motorista que atropelou mãe e filha na faixa de pedestres em Vila Velha — estão sofrendo ameaças. Sem tirar a responsabilidade do jovem sobre o caso, eles disseram que têm recebido ligações com xingamentos e pessoas dizendo que querem fazer justiça com as próprias mãos.
O pai e a madrasta de Wenderson conversaram com a repórter Quézia Prado, da TV Gazeta, mas preferiram não se identificar. A mulher disse que chegou a receber ligações dizendo que iriam invadir a casa da família.
"A empresa que trabalhamos está sendo ameaçada, nossa casa sendo ameaçada de invasão e nós estamos com medo porque a todo momento a gente quis fazer o que era certo: entregá-lo para a polícia para ele assumir os atos dele perante a Justiça. Não dormimos em casa porque fomos ameaçados, e hoje (sexta-feira) fomos à delegacia para fazer um boletim de ocorrência", declarou a madrasta.
O pai de Wenderson falou que, no dia do atropelamento, ele estava trabalhando numa oficina — da qual ele não é dono — quando o filho ligou para ele. "Eu sei que foi imprudência dele, mas o primeiro passo que ele fez foi me procurar e perguntou o que ele ia fazer, eu falei que também nunca tinha passado por isso e a melhor forma era a gente se orientar com advogado, e o advogado falou que ele deveria se apresentar imediatamente e fazer o teste do bafômetro", comentou.
O carro envolvido no atropelamento foi deixado na oficina onde pai e filho trabalhavam. Sobre isso, o pai de Wenderson explicou que não foi uma tentativa de esconder provas. "Assim que o carro chegou à oficina, nosso advogado contatou a polícia dizendo que o carro estava lá para fazer a perícia", detalhou.
"Em momento nenhum ele procurou fugir da responsabilidade. Ele se evadiu do local porque temeu que populares pudessem agredi-lo, uma vez que ele já viu que tinha juntado bastante gente no local. Foi essa a única razão pela qual ele saiu. O que aconteceu foi uma fatalidade e imprudência da parte dele, sim, mas não foi planejado por ele, ele não saiu de casa disposto a fazer mal a ninguém", disse o pai.
De acordo com o pai, as ameaças se estenderam para todos da família. "As pessoas estão dizendo que a gente tem que entregar nosso filho porque ele não vai sentir a justiça do sistema, vai sentir a justiça do homem. Falaram várias coisas absurdas sobre mim, ameaçaram minha esposa imaginando que ela seria a mãe dele, e ela não é. Ligaram para ela ameaçando, falando coisas horríveis. A única coisa que a gente quer é que a justiça cobre ele", desabafou.
RESUMO DO CASO
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