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Família faz vaquinha para trazer filhos de capixaba morta em Portugal

Família faz vaquinha para trazer filhos de capixaba morta em Portugal

Os dois filhos não têm parentesco com o companheiro de Helena, que foi preso acusado de cometer o crime. A menina, de 2 anos, e o menino, de 6, chegaram a ficar em um abrigo e agora estão com uma antiga babá

Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 18:17

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Adilson Venâncio, acusado de matar a capixaba Helena Anacleto, com os filhos dela. (Reprodução)

A família da capixaba assassinada pelo companheiro em Portugal está tentando reunir recursos para trazer os filhos da vítima para o Espírito Santo. Helena Anacleto, de 36 anos,  foi degolada com um estilete por Adilson Venâncio, de 35 anos. Os dois são de Água Doce do Norte, no Noroeste do Estado. O crime aconteceu na última sexta-feira (27) na cidade de Leiria, em Portugal.

A família calcula que deverá gastar cerca de R$ 60 mil para sepultar Helena no Estado e pagar as passagens das crianças. Somente o translado do corpo deverá custar 5 mil euros, cerca de R$ 22,5 mil. Os filhos da vítima chegaram a ir para um abrigo, mas agora estão na casa de uma pessoa que trabalhava como babá, enquanto Helena trabalhava.

Sem parentes por perto, a família tem contado com a ajuda de amigos de Helena que estão em Portugal. Foi pelo Facebook, por meio de um comentário no perfil da vítima, que um sobrinho de Helena ficou sabendo de sua morte. Eleni e um outro irmão estão planejando ir a Portugal para tentar resolver as questões envolvendo o translado do corpo e a guarda das crianças.

“A gente, por enquanto, só tem uma ideia do quanto vai custar tudo. Só saberemos quando chegar lá. Juntamos as nossas economias, mas não temos condições de arcar com tudo. Por isso, fizemos a vaquinha pela internet. A ideia é resolver tudo o mais rápido e da maneira mais simples possível”, explica a irmã de Helena, Eleni Anacleto, que mora em Água Doce do Norte.

VÍTIMA PLANEJAVA SE SEPARAR

Segundo os familiares, o casal teria reatado há seis meses, mas brigavam com certa frequência. Foi Helena, que já mora no país há 13 anos, quem arrumou emprego para que Adilson fosse trabalhar em Portugal, há dois anos. O casal viveu cerca de um ano juntos, mas terminaram o relacionamento. Amigos de Helena que vivem em Portugal contaram, ao jornal português JN, que a vítima já estava decidida a acabar com o  relacionamento e que teria relatado agressões do companheiro.

Helena era a mais nova de seis irmãos. Eleni Anacleto,  irmã da vítima, conta que a família ainda está sem acreditar no crime. “Foi um baque muito grande. A gente já sabia que o relacionamento deles não estava bem, mas ela nunca contou de agressão. Nunca achamos que iria chegar a um ponto desses. O sentimento nosso agora é de unir forças e recursos para tentar trazer as crianças para o Espírito Santo, ninguém sabe muito bem o que fazer e fomos pegos de surpresa, no meio do feriado. Está sendo muito difícil”, conta.

Helena Anacleto foi morta em seu apartamento em Portugal. O companheiro, Adilson Venâncio, é acusado de cometer o crime. (Reprodução)

O CRIME

Helena foi morta no apartamento em que morava, em Leiria. O crime teria acontecido por volta das 20h30 da sexta-feira (27). Vizinhos chegaram a ouvir gritos de socorro e ligaram para amigos da vítima. Ao chegar ao local, contudo, já encontraram Helena morta. Helena teria sido agredida com um soco na noite de Natal e, segundo amigos, estava motivada a pedir o divórcio.

Após o crime, o suspeito tentou fugir, mas acabou detido pela polícia. Segundo o jornal JN, ele prestou depoimento por duas horas no Tribunal de Leiria no último sábado (28). O Tribunal decretou a prisão preventiva.

VÍTIMA PLANEJAVA ABRIR O PRÓPRIO NEGÓCIO

Morando há 13 anos em Portugal, Helena começava a prosperar na Europa. Ela havia acabado de comprar um automóvel e já planejava dar entrada em um apartamento. O sonho dela era iniciar o próprio negócio na cidade em que vivia.

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“Ela sempre trabalhou muito. Era uma pessoa de muita energia, nunca estava parada. Ela trabalhava em um café e tinha esse sonho de iniciar o próprio negócio. Era uma leoa para os filhos, que ela criou sozinha. Uma guerreira. Esse homem acabou com a vida dela e todos esses sonhos. Ela que o levou para lá, depois de estudarem juntos aqui em Água Doce do Norte”, lembra.

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