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Famílias de vítimas continuam sem respostas sobre atropelamento em São Mateus

Famílias de vítimas continuam sem respostas sobre atropelamento em São Mateus

Caso segue em segredo de Justiça e o Ministério Público-ES solicitou novas informações à Polícia Civil sobre a investigação; vítimas voltavam do trabalho na roça às margens da BR 381 quando foram atropeladas

Publicado em 12 de abril de 2022 às 14:24

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Janaina Barcelos Gomes e Tatiane Almeida Monteiro
Janaina Barcelos Gomes e Tatiane Almeida Monteiro. (Arquivo das famílias)

Dois meses depois da morte de Janaína Barcelos Gomes, de 28 anos, e Tatiane Almeida Monteiro, de 26, atropeladas por um carro de uma empresa de telefonia na BR 381, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, as famílias das vítimas continuam sem respostas sobre o acidente. Elas ainda não sabem quem é o motorista e o que ele disse em depoimento. O caso segue sob segredo de Justiça.

Companheira de Janaína, Renata Nunes de Oliveira disse para a reportagem da TV Gazeta Norte que não sabe mais o que falar sobre o caso, já que não possui respostas.

“Sinto muita tristeza. Não acredito na Justiça daqui, acredito na divina. A filha mais velha (de 8 anos) da Janaína não quis ir para a escola hoje. A menina de 5 anos ficou triste. Já a de três anos teve febre emocional. É muita saudade”, contou Renata.

O filho de Tatiane, de 8 anos, também sofre e ainda pergunta se a mãe vai voltar para casa. A resposta é dolorosa para Eduarda Almeida Monteiro, irmã da vítima.

“Sempre tem alguma foto dela, uma roupa. O boné dela, que ele quer guardar para ele. Ele lembra e aí pergunta se a mãe dele vai voltar ou não. As pessoas falam que com o tempo ameniza, mas continua o mesmo vazio, a mesma dor”, relatou a irmã.

CASO SOB SIGILO

Polícia Civil havia informado por nota, anteriormente, que o inquérito policial que investiga o caso tinha sido concluído no dia 4 de março e remetido ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para apreciação.

A instituição pediu novas diligências para a apuração do caso e solicitou informações sobre o tipo de via e a velocidade limite permitida no trecho, além dos laudos definitivos solicitados aos setores competentes.

Depois disso, a PC afirmou que o caso segue sob sigilo e que, por esse motivo, nenhum detalhe pode ser repassado.

FALTA DE RESPOSTAS

A ausência de esclarecimentos sobre o atropelamento traz angústia aos familiares. “Não temos informação nenhuma. A polícia não fez contato com a gente. Ficamos indignados com isso. São perdas que tivemos e nada vai fazer minha irmã voltar”, disse Eduarda.

As famílias tentam entender como o atropelamento ocorreu, além da identificação do motorista do veículo que atropelou as trabalhadoras. “A gente quer que a Justiça solucione isso mais rápido para aliviar o nosso sofrimento. Queria saber porque ele (o motorista) fez isso. Não posso julgá-lo, mas queria que ele se apresentasse”, falou a companheira de Janaína.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) também foi procurado, porém declarou que nos casos de processos que tramitam em segredo de justiça fica impedido o fornecimento de informações.

RELEMBRE O CASO

Janaína e Tatiane iam guardar os equipamentos de trabalho quando foram surpreendidas por um veículo da TLP Serviços, prestadora de serviços da operadora Vivo. As vítimas morreram no local e o motorista fugiu. O carro só foi encontrado quilômetros depois, completamente queimado. Uma filha de Janaína presenciou o momento que a mãe foi atropelada.

Com informações de Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte

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