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Fernando Cabeção foi morto por impor novas regras ao tráfico de drogas

Fernando Cabeção foi morto por impor novas regras ao tráfico de drogas

Investigação sobre o crime foi concluída pela Polícia Civil, que prendeu três suspeitos na última semana e falou sobre o caso nesta segunda-feira (20)

Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 15:50

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O traficante Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, foi morto por ter imposto novas regras ao tráfico de drogas da região de Guaranhuns, em Vila Velha. A investigação sobre o crime que aconteceu em junho do ano passado foi concluída pela Polícia Civil, que divulgou as informações nesta segunda-feira (20).

Fernando Cabeção foi assassinado a tiros em Vila Velha
Fernando Cabeção foi assassinado a tiros em Vila Velha. (Foto leitor | Monatagem A Gazeta)

De acordo com o delegado Tarik Halabi Souki, titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, as novas determinações impostas geraram uma divisão entre os traficantes. Os que ficaram insatisfeitos com as medidas passaram a planejar o crime, entre eles um irmão e amigos de infância da vítima.

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Está descartada a relação com a morte do juiz Alexandre Martins. A motivação foi uma desavença às regras impostas por Fernando, que também excluiu alguns traficantes. Esses indivíduos, que eram parentes e amigos de infância, armaram contra ele

Tarik Halabi Souki
Delegado titular da DHPP de Vila Velha
Aspas de citação

Segundo as investigações, entre as regras impostas por Fernando Cabeção estavam:

Ao todo, nove pessoas participaram do crime. Três delas foram presas na última sexta-feira (17): duas em Vila Velha e uma em Colatina. Os detidos na Grande Vitória têm 22 e 28 anos. Já o terceiro, tem 42 anos e é irmão da vítima. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela Polícia Civil.

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O preso em Colatina é o principal articulador do crime e passou a comandar o tráfico em Guaranhuns após o homicídio. Os executores também são pessoas relevantes do tráfico na região

Tarik Halabi Souki
Delegado titular da DHPP de Vila Velha
Aspas de citação

Inicialmente, os detidos estão em prisão temporária, com duração de 30 dias, prorrogáveis por igual período, podendo ser transformada em preventiva mediante decisão da Justiça. Contra os outros seis suspeitos que continuam soltos também já existem mandados de prisão em aberto.

Imagens aéreas mostram o bairro Guaranhuns, em Vila Velha, onde um dos suspeitos do homicídio de Cabeção foi preso
Imagens aéreas mostram o bairro Guaranhuns, em Vila Velha, onde um dos suspeitos do homicídio de Fernando Cabeção foi preso . (Notaer)

A DINÂMICA DO CRIME

No dia do crime, Fernando Cabeção saiu de Vitória, onde morava, para ir a um churrasco na casa do pai, em Guaranhuns. “Ele estava sendo vigiado e, quando saiu, passou a ser perseguido por cinco indivíduos, três de carro e dois de moto, até parar em um semáforo da Terceira Ponte, onde foi cercado”, contou Tarik.

De acordo com o delegado, a vítima levou cerca de 15 tiros. Em seguida, os executores fugiram e incendiaram o automóvel usado por eles. “Além deles, três ajudaram a vigiar, sendo os mentores intelectuais, e um foi responsável por conseguir os veículos utilizados no homicídio”, disse.

O carro em que a vítima estava era um BMW, dirigido pela esposa de Fernando Cabeção. O casal foi cercado na Avenida Doutor Olívio Lira (antiga Avenida Carioca), na altura do Shopping Praia da Costa. O traficante não resistiu aos tiros, e a mulher dele sofreu apenas alguns ferimentos em consequência dos estilhaços de vidro. 

RESPONSÁVEL PELA MORTE DE JUIZ: RELEMBRE O CASO

No dia 24 de março de 2003, o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, de 32 anos, foi assassinado com três tiros quando chegava a uma academia de ginástica, no bairro Itapuã, em Vila Velha. O magistrado integrava uma missão especial federal que, desde o ano anterior, investigava as ações do crime organizado no Espírito Santo.

No total, dez pessoas foram acusadas de participar do crime, entre elas o Fernando Cabeção, que foi apontado como um dos intermediários. Após a confirmação da morte dele em junho de 2020, o pai do juiz comentou o ocorrido e disse que "todo o óbito é lamentável, mas que ele recebeu o que merecia".

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