Morto, esganado e esfaqueado, dentro do apartamento em que morava no Centro de Montanha, no Norte do Espírito Santo, entre a noite de sábado (25) e a madrugada de domingo (26), o médico Aloísio Vieira Silva, de 29 anos, era muito querido pela família. Filho de um lavrador e uma doméstica, ele recebeu os cuidados da avó e se dedicou muito para realizar seu maior sonho: atuar na medicina.
Aloísio foi encontrado morto por colegas de trabalho, que estranharam a ausência da vítima no trabalho. Ele dava plantões no Hospital Municipal de Pinheiros e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Montanha.
O suspeito de matar o médico é Carlos Magno Santos Santana, preso horas depois do assassinato durante uma ação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Civil no bairro Cobrais, em Conceição da Barra. O homem confessou o crime.
Além de ter matado Aloísio, Carlos Magno também roubou o carro, um Chevrolet, o celular e um notebook da vítima. Imagens de câmera de segurança mostraram o momento em que o indivíduo saía da casa do médico com uma mochila e chapéu. Nas redes sociais, o suspeito ainda ostentou fotos e vídeos exibindo o carro.
Tia do médico, Maria Aparecida de Jesus Silva, de 46 anos, além do parentesco, disse que era amiga e confidente de Aloísio. O jovem era o xodó da família e tinha mais um plano pela frente: fazer residência na área de psiquiatria em São Paulo no final deste ano.
“Estamos muito tristes. Ele era excelente em tudo e sempre foi um guerreiro. O que ele conquistou foi com a força e garra dele. Filho de um lavrador e doméstica e conseguiu realizar o sonho de ser médico. Ele almejava a residência de psiquiatria em São Paulo, estava previsto para o fim do ano”, contou Maria Aparecida em entrevista à reportagem de A Gazeta.
Aloisio se formou médico em 2020 pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e, desde então, atuava em cidades do interior. O crime deixou colegas de profissão e moradores da região chocados.
A família foi até o Serviço Médico Legal (SML) de Linhares para liberar o corpo de Aloísio ainda neste domingo e o levou para a cidade de Lajedão, na Bahia, onde está sendo velado na casa da avó. O enterro do jovem está marcado para as 11h desta segunda-feira (27), no cemitério do município. “Somos uma família muito unida. O Aloísio tem uma relação muito forte com a avó, porque ele foi criado por ela desde pequeno. Ela está dilacerada”, disse a tia.
Maria Aparecida pede por justiça e quer que o suspeito da morte de seu sobrinho fique preso por muito tempo. “Que ele apodreça na cadeia. Não há motivos para ter feito o que fez. Que levasse tudo, menos a vida do Aloísio”, finalizou.
Após matar o médico Aloísio Vieira Silva, de 29 anos, a facadas dentro do apartamento dele, o suspeito, Carlos Magno Santos Santana, postou vídeos e fotos em suas redes sociais ostentando com o carro roubado da vítima.
O suspeito postou em suas redes sociais fotos e vídeos ostentando enquanto estava na direção do carro furtado da vítima.
Segundo o delegado titular de Montanha, Eduardo Mota, o suspeito estava em um bar de Conceição da Barra e não reagiu a abordagem dos policiais.
“O suspeito estava em um bar e não reagiu a abordagem dos policiais. Desde o crime, estávamos monitorando a trajetória do veículo e localizamos o suspeito. O uso de óculos escuros e boné induzem a acreditar que pode ter premeditado, para não ser identificado pelas câmeras”, comentou o delegado.
A Polícia Civil confirmou que o crime aconteceu após a vítima marcar um encontro com o suspeito do crime, Carlos Magno Santos Santana, por meio de um aplicativo de relacionamento.
De acordo com a polícia, após marcarem o encontro, Aloísio foi de carro buscar Carlos Magno em Conceição da Barra e os dois seguiram para o bairro onde a vítima morava.
Chegando em Montanha, o suspeito foi deixado no Centro para que ninguém visse os dois chegando juntos ao imóvel do médico. Por isso, Carlos Magno chegou depois, a pé, ao apartamento do médico.
O delegado de Montanha, Eduardo Mota, afirmou que a intenção de Carlos Magno foi de roubar os bens do médico – interesse patrimonial.
A Polícia Civil disse que, após o crime, o carro de Aloísio – um Chevrolet Onix prata – foi levado para Conceição da Barra, e foi identificado por volta das 5h pelo cerco eletrônico. Carlos Magno estava dentro de um bar quando foi preso. Segundo a corporação, ele estava tranquilo e confessou o crime.
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