Durante interrogatório realizado nesta quinta-feira (7), João Vitor Brito Silva, de 24 anos, deu novos detalhes sobre o crime cometido contra o próprio pai: o ciclista Duramir Monteiro Silva, de 56 anos – que foi dado como desaparecido em Cachoeiro de Itapemirim, no dia 28 de junho, mas teve o corpo encontrado na segunda-feira (4), em uma cova na cidade de Castelo, no Sul do Espírito Santo. Segundo a Polícia Civil (PC), o jovem afirmou que a morte foi planejada por causa de uma herança.
Segundo as informações divulgadas pela corporação, ao ser questionado sobre qual foi o motivo do crime, o rapaz respondeu “que a esposa e ele tinham planejado o assassinato para ganhar uma herança que seria destinada ao filho do casal, visto que a mulher havia relatado que estava grávida”.
Entretanto, a suposta gravidez foi desmentida pela Polícia Civil, durante diligências realizadas para a prisão da nora da vítima – identificada como Beatriz Gazone de Azevedo, de 20 anos. “Após receber essa informação, o acusado disse que não sabia que ela estava mentindo. Ele também relatou que consideraram outros dois membros da família como alvos."
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cachoeiro de Itapemirim, delegado Felipe Vivas, a tia e o pai de Beatriz foram os parentes cogitados pela dupla.
O delegado também contou qual foi o depoimento de João Vitor sobre o crime. "O filho da vítima disse que preparou uma jarra de suco de maracujá com 30 comprimidos dissolvidos e ofereceu para o pai, que voltou para a casa após um circuito de ciclismo”, disse.
Após Duramir beber o suco, a nora da vítima teria se dirigido a João Vitor “e perguntado se ela tinha permissão para matar o pai dele, afirmando que só o executaria mediante permissão”.
De acordo com o delegado, a permissão foi concedida, e a mulher avançou contra a vítima, desferindo um golpe de faca na altura do peito. No entanto, esse golpe não resultou na morte de Duramir.
Ainda de acordo com o delegado, um caderno com anotações foi apreendido durante as investigações. Nele estava escrito tudo o que o casal iria dizer em depoimento na delegacia. “Ela (Beatriz) assumiu que escreveu”, falou Felipe Vivas.
Detalhes como a data e a hora são informados no caderno. “Terça-feira (28), João me buscou às 18h no trabalho, viemos direto pra casa, começamos a ajeitar a casa, tirar coisas velhas...", diz um trecho.
Ainda conforme divulgado pela Polícia Civil, após matar a vítima, o casal se dirigiu até a localidade de Estrela do Norte, em Castelo, onde atearam fogo no corpo. “O suspeito contou que, após verificar que o cadáver estava totalmente incinerado, ele desferiu golpes contra o crânio para que este ‘desaparecesse’."
Para o delegado Felipe Vivas, a frieza do casal assusta. “Na propriedade, eles colocaram o corpo em uma fossa seca, jogaram três litros de combustível no local e atearam fogo duas vezes. De manhã cedo, eles retornaram para o município e foram para a padaria tomar café. É uma frieza que assusta”, destacou.
Ambos os suspeitos foram presos e conduzidos ao sistema prisional. A investigação segue em andamento na Polícia Civil.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta