Uma intensa queima de fogos na região do Bairro da Penha chamou a atenção de moradores de diversos bairros da Capital na noite desta quarta-feira (01). À TV Gazeta, a Prefeitura de Vitória disse que não recebeu nenhum chamado no disque-silêncio sobre a situação. Também à TV Gazeta, o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, afirmou que não há como controlar isso (leia abaixo). A Polícia Civil informou que o serviço de inteligência monitora as atividades criminosas (veja nota abaixo).
Nas redes sociais, o foguetório, que durou cinco minutos, foi relacionado ao aniversário de Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto. Mesmo preso desde 2013 na Penitenciária de Segurança Máxima 2, em Viana, ele é considerado chefe do tráfico no Bairro da Penha e líder da facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV). Beto completou 41 anos nessa quarta-feira (01).
Durante a queima de fogos também foi possível ouvir rajadas de arma automática. Pelas redes sociais, algumas pessoas ligadas ao criminoso chegaram a comentar sobre o aniversário do acusado de liderar o tráfico da região. "Fogos pro alto pra comemorar o aniversário do mano! Vem pra rua neguin Beto", escreveu um jovem no Twitter. Também em julho do ano passado, fogos e tiros em aniversário de traficantes assustaram moradores de Vitória.
Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o secretário Alexandre Ramalho lamentou a falta de controle na compra de fogos. "Lamentamos profundamente que isso ocorra. Trabalhamos diariamente para que isso não ocorra. Com relação ao foguetório, não temos controle nenhum disso: o momento que vão comprar, o momento que vão soltar, a quantidade que compra", comentou.
Ramalho também defendeu um controle maior nas fronteiras do Brasil para coibir a entrada de armas ilegais que vão parar nas mãos de traficantes. "Em relação ao armamento, infelizmente a gente ouve o som de rajadas (no vídeo). Como dizia Bezerra da Silva, navio não sobe morro e avião não pousa no morro. Temos que travar uma luta intensa nas fronteiras para evitar que esse armamenteo chegue da forma tão pesada como tem chegado nas comunidades. Trabalhamos em parceria com as prefeituras, mas isso ocorre de uma hora para a outra e naquele exato momento é difícil coibir por meio da ação policial e fiscalização das prefeituras", argumentou.
Também na última noite foi ouvido um foguetório no bairro Jesus de Nazareth. Para esse caso, segundo a TV Gazeta, houve um registro na Delegacia Regional de Vitória. Policiais militares subiram em uma área mais alta da comunidade em busca de traficantes quando os suspeitos começaram a lançar foguetes para avisar comparsas da presença da PM. A maioria dos suspeitos fugiu, mas um deles ficou e chegou a enfrentar a PM, lançando um foguete em direção a viatura. Ele acabou detido e levado para a delegacia. No mesmo horário, além dos dois bairro em Vitória, também foram ouvidos fogos em regiões de Vila Velha.
A Polícia Militar informa que operações nessas áreas têm sido constantes e continuarão sendo realizadas. A população deve sempre acionar uma viatura da PM, através do 190, em casos de suspeita ou ocorrência de crime, e utilizar o Disque Denúncia ( telefone 181 ou site www.disquedenuncia181.es.gov.br) para denunciar atitudes ilícitas no local.
A Polícia Civil informa que o serviço de inteligência monitora as atividades criminosas em todos os ambientes, e é um trabalho realizado de modo sigiloso. A PC ressalta que realiza trabalho de investigação contra o tráfico de drogas, e crimes relacionados, em todo o Estado, incluindo na região citada, onde prisões já foram realizadas, inclusive, nas fases da operação CAIM.
Destacando a prisão de Ronald Barbosa Furtado da Silva, de 19 anos. O suspeito possuía mandado de prisão preventiva em aberto por roubo e é filho de Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto, considerado chefe do tráfico no Bairro da Penha, preso desde 2013. Ronald foi capturado durante as incursões da Operação Caim VII, no Bairro da Penha.
A Polícia Civil ressalta ainda a importância da contribuição da população, via Disque-Denúncia 181. As informações são fundamentais para auxiliar a polícia e o anonimato é totalmente garantido. As informações ao DD ainda podem ser enviadas via redes sociais e pelo App 190 ES, gerando ainda mais discrição, visto que o cidadão não precisa telefonar para repassar as informações.
Procurada pela reportagem de A Gazeta para saber se a Guarda Municipal foi acionada para alguma dessas duas ocorrências, e de que forma o município pode intervir nisso (queima de fogos por criminosos), no que tange o trabalho de fiscalização na compra e uso desses fogos. A Prefeitura de Vitória enviou um vídeo do secretário de Segurança Urbana, Fronzio Calheira, respondendo aos questionamentos. Confira:
Em junho, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) aprovou um projeto de lei que determina que lojas que comercializem fogos de artifício e explosivos identifiquem os clientes através de um cadastro e enviem as informações para as polícias Civil e Militar. O objetivo é intensificar fiscalização do uso dos materiais pelo tráfico de drogas.
O tema já estava em discussão por parte das autoridades policiais. No início de junho, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, havia informado sobre a ideia de uma proposta similar ser formalizada e enviada ao governo.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) informou à reportagem do ES1, da TV Gazeta, que o projeto de lei está em análise e que publicará no Diário Oficial do Estado, no próximo dia 7, a sanção ou veto ao projeto.
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