Foragido desde 2016, um dos criminosos mais procurados do Estado foi preso em Anchieta, no Sul do Espírito Santo, na última sexta-feira (2). Adeliton Emiliano Marinho, 31 anos, é apontado como o responsável por comandar o tráfico de drogas em Barra do Riacho, em Aracruz, na região Norte. O homem tinha quatro mandados de prisão em aberto, respondia por homicídios e suas condenações somam quase 100 anos de detenção.
Segundo a Polícia Civil, mesmo não estando mais em Aracruz, o homem comandava todo o tráfico de drogas em Barra do Riacho, região conhecida pela intensa movimentação no comércio de entorpecentes e crimes no município.
“Ele era o principal líder de todas as ações criminosas naquela localidade. Tudo que acontecia ali tinha que ter a permissão dele. Ninguém poderia fazer nada que não tivesse a autorização dele. Se eles desejavam assassinar alguém, primeiro precisavam da permissão dele”, explicou o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, delegado André Jaretta, responsável pelas investigações.
Diante da influência de Adeliton no tráfico de drogas da região, a polícia organizou uma megaoperação para tentar a sua prisão em 2019. Na ocasião, foram presas 23 pessoas ligadas ao criminoso, mas ele não foi localizado.
Ainda de acordo com a polícia, existe a possibilidade do criminoso ter envolvimento com atividades ligadas ao tráfico internacional de drogas, por isso a Polícia Federal também colaborou com as investigações que terminaram com a prisão de Adeliton.
De acordo com a investigação, após essa operação o criminoso seguia coordenando as atividades na região, mas passou a ter ainda mais cuidado para se esconder. Segundo a polícia, Adeliton estava usando documentos falsos em nome de Wanderson Martins Silva, de 30 anos.
Além da documentação falsa, o criminoso passou por algumas modificações em sua fisionomia para dificultar a sua identificação e era extremamente cuidadoso para não ser encontrado. O homem mantinha, inclusive, conta bancária com o nome falso.
Ainda segundo a polícia, Adeliton usava vários recursos tecnológicos para tentar enganar a polícia.
Na tentativa de prender o criminoso, a Delegacia de Aracruz intensificou o trabalho de investigação nos últimos meses. “Foi uma prisão extremamente difícil e exigiu pelo menos seis meses de operação para a localização dele”, explicou o delegado.
As investigações mostraram que Adeliton não se estabelecia em um lugar fixo, passando até por outros estados para se esconder. A polícia conseguiu identificar que a família do criminoso estava vivendo na casa de Anchieta, onde o criminoso passava alguns dias.
Com isso, a polícia montou uma operação, denominada Barra II, para prender Adeliton, na última sexta-feira (2). Mesmo sem ter a certeza que ele estava no ímovel, a polícia conseguiu entrar no local com um mandado de busca e apreensão. Veja o momento da prisão.
“Ficamos praticamente 48 horas monitorando os passos deles. Ao termos uma grande probabilidade que ele se encontrava dentro da casa, entramos e conseguimos finalmente efetuar a prisão dele”, relatou Jarreta.
A operação contou com o auxílio de policiais militares da cidade do Sul do Estado. De acordo com a polícia, na casa foi apreendido o valor aproximado de R$ 3.000,00. O suspeito não ofereceu resistência quando foi localizado.
Antes de liderar o tráfico de drogas em Barra do Riacho, o criminoso já teve participação em outros crimes. Em 2009, Adeliton invadiu uma Delegacia para resgatar um conhecido. "Em 2009 ele invadiu nossa Delegacia em Castelo, fortemente armado, para resgatar um comparsa. Ele resgatou o preso e levou as armas. Ainda novo ele já tinha na sua formação um DNA criminoso de extrema periculosidade”, relatou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
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