Imagens da casa onde quatro crianças foram resgatadas após denúncias de que elas seriam vítimas de cárcere privado e maus-tratos no bairro Irmãos Fernandes, em Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, mostram roupas e brinquedos espalhados pelos cômodos em meio a sujeira e fezes de animais. Uma das fotos mostra o banheiro tomado por pedaços de papel higiênico (aparentemente usados). As vítimas — três meninas de 6, 10 e 12 anos e um menino de 4 que tem autismo, segundo os pais — estavam trancadas na residência, sem se alimentar há vários dias.
De acordo com a Polícia Militar, os militares que acompanharam o Conselho Tutelar em atendimento à ocorrência nem conseguiram permanecer na casa devido à sujeira e ao forte odor das fezes de gatos e cachorros. Imagens que mostram a situação da residência foram enviadas por telespectadores da TV Gazeta Noroeste e a Polícia Civil confirmou serem do local.
A Polícia Militar informou, em nota, ter sido acionada na manhã do dia 28 agosto pelo Conselho Tutelar de Barra de São Francisco e militares acompanharam os conselheiros até a residência, onde, segundo denúncias recebidas por eles, as quatro crianças estariam sendo mantidas em cárcere privado e vivendo em condições precárias.
As equipes localizaram as crianças e constataram os fatos. Aos policiais, as vítimas contaram que sempre ficavam trancadas em casa com os animais e que estavam sem se alimentar há vários dias. Elas foram resgatadas e encaminhadas para atendimento médico.
A mãe e o pai delas, de 31 e 34 anos, respectivamente, foram encaminhados à Delegacia Regional do município e autuados em flagrante por cárcere privado, maus tratos e lesão corporal. Segundo a Polícia Civil, eles negaram que vivessem nessas condições. Eles foram liberados em audiência de custódia e devem seguir exigências estipuladas pelo juiz, como não mudar de endereço e se apresentarem à Justiça periodicamente.
O Conselho Tutelar de Barra de São Francisco informou que as crianças estão abrigadas em uma instituição da prefeitura, pois a família é de São Paulo e não tem parentes no Espírito Santo. Os envolvidos não estão sendo identificados para que os nomes dos menores sejam preservados, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta