O casal suspeito de roubar cerca de R$ 100 mil em objetos de casas de passeio em Marechal Floriano culpa um anjo pelos crimes cometidos. Segundo o homem de 36 anos, que confessou ter participou dos furtos, o ser espiritual falou para esposa dele que os dois tinham a missão de roubar as casas como forma de punir os donos. A dupla foi conduzida à delegacia na última segunda-feira (10) após roubar ao menos oito residências. A identidade deles não foi informada.
Segundo o suspeito, o "anjo" contou que os moradores participavam de seitas onde crianças eram sequestradas para sacrifícios. O ente sagrado ainda apontava quais casas deveriam ser invadidas.
O envolvimento do mundo espiritual no caso não parou por aí. O homem contou ainda que o" diabo" foi quem avisou que ele seria preso dias antes. Os relatos, feitos dentro da viatura que o levava para a Delegacia de Marechal Floriano, foram consideradas tentativas de fugir da situação.
“É jogada, porque quando vão presos, as pessoas ficam nervosas. Começaram a falar que não confessaram, que não vão assinar, mas eles são espertos. Eles levaram uma televisão enorme na traseira de um Celta, uma que tivemos que pegar em quatro policiais para levar. Ainda pegaram muita coisa das casas usando um moto e de forma organizado”, informou o titular da DP de Marechal Floriano, delegado Luciano Carlos Paulino.
Durante o depoimento o homem mudou a versão e contou que roubava para pagar a moto que comprou. "Ele disse que não tinha como conseguir quitar o valor. Aí ele e a esposa começaram a dar passeios pela região quando começaram a perceber como os imóveis ficavam vazios e apagados", contou o delegado.
A Delegacia de Polícia (DP) de Marechal Floriano, na região Serrana do Espírito Santo, identificou, na última segunda-feira (10), na residência onde o casal morava.o casal suspeito de praticar ao menos oito furtos em casas de passeio na zona rural do município. Estima-se que o prejuízo deixado seja entre R$ 80 e 100 mil.
Entre os objetos furtados estão televisores de diversas polegadas, coleções de porcelanas com grande valor sentimental, garrafas de vinhos, garrafas de uísque, vidros de perfumes importados, equipamentos eletrônicos, entre outros. O homem, de 30 anos, e a mulher, de 19 anos, não estão presos e foram denunciados ao Ministério Público.
Parte do material foi recuperado pela equipe da DP na última segunda-feira (10) na residência onde o casal morava.
Segundo o delegado, o primeiro boletim de ocorrência de furto foi registrado no dia 15 de abril deste ano. Foi quando as investigações começaram.
“Analisando as imagens de vigilância das casas identificamos que era um casal. Como era noite, não dava para identificar direito. As imagens não pegavam as placas das motos então buscamos gravações de câmeras de residências vizinhas e conseguimos pegar as motos indo e voltando na direção da casa”, relatou o delegado.
Ainda assim, a polícia não conseguiu identificar a placa. Nas semanas seguintes, mais furtos foram registrados na área rural de Marechal Floriano. Como os suspeitos não usavam a rodovia federal, a Polícia Civil passou a desconfiar que seriam moradores da região.
No último furto, no dia 6 de junho, o casal repetiu a residência, só que dessa vez, com um carro.
“O suspeito abriu a porta da casa para a esposa entrar e ficaram duas horas na residência escolhendo os objetos. Na investigação traçamos o perímetro onde o carro e a moto poderiam estar. Neste último roubo, a mulher, que estava grávida de sete meses, usava capacete com adesivos”, contou Luciano Carlos Paulino.
A polícia começou a investigar pela região e encontraram um Celta estacionado em uma garagem. O dono da casa negou que estava envolvido no crime e que emprestava o carro para o cunhado.
“Ele chamou a irmã, que tinha características da moça que aparecia nas imagens. O cabelo dela era cacheado e estava grávida. Ficamos com dúvida, mas mostramos as imagens e perguntei se poderia ser o marido dela. Ela desmaiou, acordou e desmaiou mais duas vezes. Ela confirmou que era o marido dela, mas não disse que era ela nas imagens”, disse o titular da delegacia.
O marido trabalhava em um hortifrúti, e o cunhado levou à polícia até ele. No estacionamento do estabelecimento, o homem confessou após a polícia apontar que o capacete que estava com o suspeito tinha o mesmo adesivo do instrumento de proteção que aparecia nas imagens de videomonitoramento.
Dentro da casa onde morava o casal, a polícia encontrou muitos dos itens roubados empilhados e organizados. Nos quartos estavam as televisões, as garrafas de bebidas em um canto e perfumes importados em caixas.
Para o cunhado, o suspeito dizia que ia buscar gasolina em um posto da região. Segundo a polícia, o casal pretendia vender os objetos para resolver problemas financeiros.
O casal pode responder por furto duplamente qualificado, por arrombamento e por agirem em duas pessoas. Apesar da confissão, eles não estão presos e já foram denunciados ao Ministério Público do Espírito Santo.
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