O júri popular do caso da morte de Gabriela Chermont entrou, nesta quinta-feira (12), em sua reta final. Após 24 anos de espera, a família da jovem deve saber nesta quinta se o réu, Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, ex-namorado da vítima, será condenado pela morte. Assistente de acusação, o advogado Cristiano Medina da Rocha disse que vai pedir que Luiz Cláudio saia preso do Fórum Criminal de Vitória, onde ocorre o julgamento.
Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar de um hotel em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O ex-namorado da jovem é acusado pelo crime de homicídio. A defesa dele, no entanto, alega que a vítima cometeu suicídio.
Todas as 12 testemunhas do caso, entre pessoas convocadas pela defesa e pela acusação, já foram ouvidas no júri, que começou na terça-feira (10). A acusação diz que os depoimentos reforçaram a versão de que a jovem foi morta.
O réu Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg foi ouvido durante toda a manhã desta quinta-feira (12) até por volta das 13h40, para responder perguntas dos seus advogados de defesa, da assistência de acusação, do Ministério Público e do magistrado que preside o júri.
Depois disso, foi feito um intervalo para o almoço. No retorno, começou a fase de debates. Os promotores e os advogados que representam a família de Gabriela Chermont tiveram, no total, 1h30 para defenderem a condenação do réu, momento que foi concluído por volta das 16h20.
A defesa de Luiz Cláudio teve também o mesmo tempo para apresentar os argumentos em favor da absolvição do ex-namorado da vítima. Depois, acusação e defesa tiveram mais 1h de réplica e tréplica. A tréplica da defesa terminou por volta de 20h20.
Em seguida, sete jurados votam para definir se o réu é o culpado e deve ser condenado pela morte. O voto é secreto. Caso seja condenado, antes do juiz proferir a sentença, definindo, por exemplo, o tempo da pena, o advogado da família de Gabriela, Cristiano Medina, vai pedir que Luiz Cláudio saia do julgamento preso mesmo que ele recorra da decisão.
"Já adianto que eu vou pedir a prisão do réu e espero que ele saia preso de lá. Com a reforma do código de processo penal do pacote anticrime, aquela chamada reforma do Moro (Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça), possibilitou que o réu seja preso na primeira instância no caso de júri. Isso, independentemente dele ter respondido em liberdade ou não. Hoje, existe a possibilidade dele sair preso. Se condenado for, eu vou pedir a prisão dele", contou o advogado.
Por nota, a defesa do réu afirmou que há depoimentos e laudos técnicos que apontam para o fato de que Gabriela Chermont cometeu suicídio.
"Acreditamos que o julgamento, após tantos anos, vai acabar com o sofrimento na vida de duas famílias, trazendo a verdade. Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg é inocente e espera por esse julgamento há mais de duas décadas" , declarou. A defesa diz que o laudo médico que consta dos autos "aponta que a vítima morreu de politraumatismo, em consequência do impacto violento da queda do 12º andar do prédio, em movimento causado pela própria vítima". Segundo a defesa, a perícia mostra que não houve luta corporal, nem vestígios de sangue no apartamento atestado pelo exame de DNA.
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