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"Golpe do chope": polícia investiga casos na Grande Vitória

"Golpe do chope": polícia investiga casos na Grande Vitória

Vítimas relatam que barris da bebida eram vendidos pela internet, mas nunca foram entregues; algumas tiveram prejuízo superior a R$ 400 e registraram boletim de ocorrência

Publicado em 25 de maio de 2022 às 19:04

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O que era para ser comemoração virou dor de cabeça: sem receberem os barris de chope comprados, as vítimas tomaram prejuízo. Nas últimas semanas, moradores da Grande Vitória relataram terem sofrido com um estelionatário que vendeu a bebida, pediu o pagamento antecipado de 50% do valor e depois simplesmente sumiu.

Desde meados de abril, foram, ao menos, três pessoas que registraram boletim de ocorrência contra o mesmo suspeito. A Polícia Civil confirmou que investiga os casos por meio de distritos policiais localizados na Serra e em Vitória. No entanto, como as investigações estão em andamento, nenhuma informação foi repassada.

Vítimas relataram ter comprado barril de chopp e ficado sem a bebida
Vítimas relataram ter comprado barril de chopp e ficado sem a bebida. (Freepik)

Operadora de caixa, Karen Abreu Coelho relatou ter perdido cerca de R$ 400. "Eu contratei o serviço para o aniversário de um amigo, no dia 1º de maio. Comecei a pesquisar sobre chope e achei esse fornecedor. Nós conversamos e comprei um barril de 50 litros, energético e algumas bebidas quentes", contou.

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Ele formula um contrato certinho e pede o pagamento de 50% do valor. Eu paguei e, no dia anterior, ainda confirmei se estava tudo certo. Quando chegou a data do aniversário, mandei mensagem e ele me bloqueou

Karen Abreu Coelho
Operadora de caixa
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A dona de casa Ariane do Rosário passou por situação semelhante, às vésperas de completar 32 anos. Há cerca de duas semanas, ela fez a compra de um barril de chopp com estrutura auxiliar no valor total de R$ 500, sendo que metade dessa quantia foi paga antecipadamente — justamente o prejuízo sofrido por ela.

"Ele divulga promoções no Facebook e no Instagram. Aí você entra em contato, pedindo valores. Como ele conversa muito bem e o preço é atrativo, a gente acaba fechando. Porém, quando chega o dia da entrega, ele bloqueia a gente e, se falar alguma coisa, ele começa a ameaçar também", reclamou.

Após pesquisar pelo nome do suspeito na internet, ela acabou descobrindo outros casos e até criou um grupo com algumas vítimas. Uma delas, que preferiu não ser identificada, contou à reportagem de A Gazeta que chegou a fazer o pagamento integral da mercadoria para evitar qualquer imprevisto.

"Eu estava procurando chope para o aniversário do meu esposo. Fechei um barril de 50 litros, que estava R$ 480. Ele era sempre muito solícito: quando disse que a entrega estava atrasada, falou que ia ver o que tinha acontecido. Depois, ele parou de me responder e me bloqueou. Só aí vi que era um golpe", disse.

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Foi bem desesperador, porque eu não sabia o que oferecer aos meus convidados e bateu uma angústia de ter me permitido ser enganada. Você se sente humilhada

X.
Vítima que preferiu não ser identificada
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Por meio das redes sociais, ela revela que fez mais um contato com o suspeito e que também acabou sendo ameaçada. "Mandei uma mensagem por meio de um anúncio. Ele disse que eu estava brincando com fogo, que minha mãe ia chorar e que ele ia me matar. Ele está acostumado a ficar impune", afirmou.

JUSTIÇA ACATA DENÚNCIA DO MPES

Em setembro do ano passado, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ofereceu uma denúncia cujo conteúdo traz um caso parecido, de um indivíduo que obteve vantagem ilícita ao fraudar a negociação de uma chopeira no valor de R$ 490 pela internet, após a vítima ver um anúncio.

Conforme informações disponíveis em consulta ao site do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), a juíza Graciela de Rezende Henriquez acatou a denúncia em uma decisão de abril deste ano — tornando réu o indivíduo de mesmo nome indicado à Polícia Civil pelas três vítimas ouvidas por A Gazeta.

O nome do homem suspeito de aplicar os golpes não está sendo divulgado porque o processo ainda está em andamento.

O OUTRO LADO

A reportagem tentou localizar o suspeito por dois telefones passados pelas vítimas, mas, em ambos, ouviu a mensagem de que "esse número não existe". No processo citado não consta o advogado responsável pela defesa dele. Já pelas redes sociais, a equipe não obteve autorização para enviar mensagem, já que o perfil é fechado.

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