O "golpe do falso motoboy" fez mais uma vítima no Espírito Santo. Uma mulher de 69 anos, moradora do bairro Sotema, em Cariacica, teve R$ 3 mil reais sacados de sua conta após um homem aparecer em sua casa se identificando como funcionário da Caixa Econômica Federal e pedir dados pessoais e bancários. O crime aconteceu na última sexta-feira (4).
De acordo com um sobrinho da vítima, que não quis ser identificado, o criminoso alegou que trabalhava para o banco e foi notificado sobre uma compra em uma grande loja de departamento no Rio de Janeiro, que seria de um valor alto, e que a mulher teria que ligar para o banco para resolver a situação.
Depois de ligar para um suposto número de uma central da Caixa, o criminoso falou que a vítima deveria cortar os cartões ao meio e entregá-los. O rapaz foi embora e, meia hora depois, segundo o familiar da mulher, os criminosos já haviam sacado R$ 3 mil da conta da vítima. Eles ainda tentaram retirar outro valor, mas o gerente do banco percebeu a movimentação, desconfiou e conseguiu bloquear a conta a tempo.
"Ele ficou com os dois pedaços que tinham o chip do cartão e devolveu os outros pedaços. Ela deu a senha, o número do CPF, da identidade... logo depois, o irmão dela chegou e falou pra não dar os dados, mas o rapaz já havia desaparecido na rua. Eles foram ao banco, mas, quando chegaram lá, já tinha acontecido o saque de três mil reais, em questão de meia hora. Ela tinha um valor maior na poupança, acho que eles não conseguiram tirar por algum motivo, aí o gerente percebeu a movimentação e bloqueou as duas contas", disse o sobrinho da vítima, que registrou o boletim de ocorrência na delegacia.
A Caixa informou que não recolhe cartões destruídos e orienta que em casos de ligações oferecendo motoboy para buscar o cartão na residência, os clientes desconfiem e não forneçam nenhuma informação. O banco informou também que não envia links ou pede confirmação de dispositivo ou acesso à conta por e-mail, SMS ou WhatsApp.
"Caso você desconfie de alguma ligação vinda da Caixa, desligue o telefone, procure o seu gerente na agência ou retorne para a Central de Atendimento Cartões Caixa, ligando de outro número de telefone ou, preferencialmente, 5 minutos após a ligação suspeita. Os números de telefone podem ser encontrados no site da Caixa ou no verso do seu cartão. A Caixa não recolhe cartões bancários do cliente, mesmo que inutilizados. Também não pede que o cliente digite ou informe senhas. Caso precise jogar fora um cartão, destrua-o completamente, cortando seu chip ao meio, e nunca o entregue a ninguém", alerta o banco.
A Caixa disponibiliza orientações de segurança em seu portal da internet e em suas agências com o objetivo de alertar seus clientes quanto a golpes, seja por e-mails spam, sites falsos ou por telefone. Informa ainda que, em casos de dúvidas, os clientes têm à sua disposição os canais de atendimento ao cliente CAIXA, tais como SAC/Ouvidoria, 0800 ou qualquer uma de suas agências (www.caixa.gov.br/atendimento).
A Polícia Civil informou que todos os golpes desse tipo, chamados de "golpe do falso motoboy" ou "golpe do cartão clonado", são investigados pela Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa). O titular da Defa, delegado Douglas Vieira, afirmou que o criminoso engana as vítimas, levando-as a acreditar que são funcionários de bancos.
"As vítimas recebem uma ligação de uma central de atendimento falsa, afirmando que seus cartões foram clonados e que existem transações fraudulentas. A vítima é enganada e induzida a entregar o próprio cartão a um falso motoboy, que vai até a casa dela afirmando que o cartão será bloqueado, mas, em vez disso, o estelionatário realiza saques e empréstimos na conta bancária da vítima", explicou.
Ainda segundo Douglas Vieira, a melhor forma de prevenir esse tipo de golpe é sempre desconfiar de ligações suspeitas e tentar contato com o banco para confirmar as informações. Senhas nunca devem ser informadas para estranhos.
"Desconfiem sempre se receberem um telefonema de pessoas que não consigam identificar, seja de operadora de telefone celular ou de banco. Se acharem aquela ligação suspeita ligue para o banco para confirmar. E façam o boletim de ocorrência, destacou.
A Caixa foi demandada após a publicação da reportagem e enviou nota sobre o golpe. O texto foi atualizado.
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