Uma jovem de 23 anos é suspeita de praticar o golpe do Pix em várias regiões do município de Alegre, no Sul do Estado. Ao todo, ela já causou um prejuízo de cerca de R$ 40 mil a supermercados e outros comércios. Durante cumprimento de mandado na quarta-feira (25), policiais civis recuperaram parte dos itens comprados pela suspeita mediante fraude, incluindo alimentos e travesseiros.
O delegado Dedier de Carvalho, plantonista da Delegacia Regional de Alegre, informou que, após buscas, a polícia localizou a mulher e a chamou para prestar depoimento. “Ela prestou declarações do cumprimento do mandado de busca e apreensão e acabou confessando os golpes, explicando como agia”, disse.
Segundo o delegado, o golpe era feito por meio de um aplicativo de agendamento do Pix. A suspeita agendava um pagamento e gerava um comprovante. Em seguida, ela recortava o comprovante e colava no recibo do Pix. Ele disse que muitos estabelecimentos comerciais que teriam sido vítimas da jovem ficam no Centro de Alegre.
“Ela mostrava e parecia que tinha feito o Pix. Como muita gente não tem costume de conferir na hora, ficava naquilo mesmo. Depois que conferia, a vítima via que o dinheiro não caiu na conta”, explicou o delegado Dedier de Carvalho.
De acordo com a advogada da Associação Comercial, Industrial e de Serviços e Agronegócio de Alegre (Acisa), Monik Nolasco, esse golpe vinha sendo praticado desde o mês de março. “A pessoa ia em determinado comércio, fazia uma compra de R$ 300 primeiro, depois de R$ 350, R$ 400 e assim por diante”, falou.
A advogada contou que a última compra realizada pela suspeita em um supermercado totalizou R$ 3 mil reais e contabilizou um total de R$ 15 mil em prejuízo. “Esse estabelecimento tem uma placa dizendo que não aceita mais Pix”, disse.
Segundo Monik, além de supermercados, o golpe também era praticado em farmácias, lanchonetes, lojas de autopeças e de cama, mesa e banho. “Ela falava que o celular não lia QR Code e que precisava da chave do Pix. Depois, digitava no aplicativo fraudulento e fazia um comprovante idêntico ao real, com data, hora e dados bancários. Um comprovante bem perfeito”, destacou a advogada.
Em relação aos prejuízos causados pelos golpes, o delegado Dedier de Carvalhoo citou alguns estabelecimentos comerciais que foram lesados. “Teve um supermercado com mais de R$ 15 mil de prejuízo, e outro, lesado em mais de R$ 4 mil. Teve também uma loja de celulares com mais de R$ 3 mil de prejuízo, e uma oficina de carro com prejuízo de R$ 700”, listou.
O delegado afirma que o número de vítimas é maior, já que muitas pessoas não registraram boletim de ocorrência. “Os golpes são recentes, as ocorrências começaram a chegar no dia 13 de maio. Depois foi chegando da região de Alegre toda”, falou.
Para a advogada Monik Nolasco, o valor total do prejuízo aos estabelecimentos comerciais foi de pelo menos R$ 40 mil. “Após a repercussão, surgiram novos casos de outras lojas e lanchonetes. Acreditamos que vão aparecer muitos outros. Nossa intenção é amparar é alertar as demais pessoas para que, se acontecer isso, não deixar de registrar a ocorrência”, alertou.
Segundo a Polícia Civil, a mulher compareceu espontaneamente à Delegacia Regional de Alegre, onde prestou depoimento e foi liberada. O delegado Dedier de Carvalho explicou que a suspeita não foi autuada por não ter sido uma “situação flagrancial”, somente para reaver o prejuízo. “Vamos encaminhar o caso ao Poder Judiciário, que vai realizar as providências cabíveis e pode até pedir a prisão dela”, afirmou.
O delegado disse que, em depoimento, a mulher — que está grávida, com anemia e tem dois filhos pequenos — justificou que praticava o golpe por estar passando necessidade.
Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações seguem em andamento e, ao todo, cinco vítimas foram identificadas oficialmente. A corporação destacou, em nota, que “orienta que as vítimas deste golpe registrem a ocorrência para que a Polícia Civil tome ciência do caso e junte ao inquérito em andamento em desfavor da suspeita”, finalizou.
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