Todo dia, duas ou três pessoas acabam prejudicadas no Espírito Santo por caírem na lábia de bandidos no chamado "golpe do pagamento de precatório". O dado foi divulgado pela Delegacia Especializada de Crimes de Falsificações e Defraudações (Defa) nesta segunda-feira (7), a fim de evitar novas vítimas.
Nesse esquema criminoso, os golpistas entram em contato por meio de telefonemas ou aplicativos de mensagem, anunciando o pagamento de um precatório – nome que se dá aos valores devidos pelo poder público (União, Estados ou municípios) a alguém, conforme decisão final da Justiça.
Durante essa conversa, os suspeitos dizem que é necessário pagar uma taxa para a emissão da Declaração de Isenção do Imposto de Renda, cujo valor pode chegar até R$ 4 mil. Conforme explicado pela Polícia Civil, depois que a vítima faz a transferência ou o depósito, ela recebe um alvará falso.
Para dar mais credibilidade ao golpe, os criminosos se passam por funcionários públicos, membros do Ministério Público ou da Justiça, ou ainda utilizam o nome de sindicatos, advogados e até do atual presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Espírito Santo (IPAJM), José Elias Marçal.
"Estão utilizando o meu nome, a minha formação acadêmica e a logomarca da autarquia no perfil de WhatsApp para aplicar esse golpe. Em nenhum momento, fiz contato com os segurados, e a Constituição Federal não prevê que o IPAJM realize esse tipo de pagamento diretamente ao benefíciário", afirma Marçal.
De acordo com as investigações realizadas no Espírito Santo, os bandidos são de outros Estados e realizam os contatos por meio da internet ou telefone porque isso dificulta que as vítimas confiram as credenciais usadas por eles. Apesar do uso das novas tecnologias, o golpe já existe há mais de 20 anos, segundo a polícia.
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