Fingindo ser despachante portuário e representante de empresas de importação do ramo de petróleo, um estelionatário de 41 anos que aplicou diversos golpes na Grande Vitória e no interior do Espírito Santo teve a prisão anunciada pela polícia em coletiva de imprensa nesta terça-feira (26). Para agir, ele convencia as vítimas de que conseguia vender óleo diesel por um preço bem abaixo do comercializado no mercado. Porém, após receber o dinheiro, o golpista desaparecia. Apenas em uma ação, o prejuízo à vítima foi de R$ 170 mil. Ao ser preso, em Interlagos, Vila Velha, a polícia descobriu que o criminoso vivia em padrão de alto luxo e possuía vários veículos importados.
De acordo com a delegada Rhaiana Bremenkamp, titular da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), a investigação começou no início de maio deste ano, quando uma vítima denunciou que o suspeito que não teve nome divulgado procurava pessoas oferecendo óleo diesel mais barato.
"Ele dizia-se despachante portuário, afirmando que representava empresas de importação do ramo de petróleo e com isso ele conseguia vender mais barato. Essas pessoas faziam o investimento sem verificar se ele era real representante dessa empresa e depositaram altos valores na conta de pessoa física dele o que é até uma forma de desconfiar do golpe. E esse óleo nunca era entregue, sempre havia uma desculpa, até que ele bloqueava as vítimas (das redes sociais)", explicou a delegada.
A vítima, que perdeu cerca de R$ 170 mil, registrou ocorrência em delegacia e a Polícia Civil passou a tentar identificar quem era o criminoso. Durante as investigações, a DRCCP localizou diversos boletins de ocorrência e ações criminais contra o suspeito, algumas em municípios do interior Estado, narrando o mesmo tipo de golpe.
"Verificamos que era sempre crime de alto valor e que ele estava vivendo uma vida de alto padrão com o fruto desses golpes. As vítimas desse inquérito perderam cerca de 170 mil. Mas já descobrimos outras ocorrências de vítimas que perderam R$ 14 mil, R$ 45 mil e R$ 85 mil", afirmou.
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão, que foram cumpridos na última segunda-feira (25), em Interlagos, Vila Velha. No local, os policiais verificaram que o homem estava vivendo uma vida de alto padrão, proveniente desses crimes.
"Ele já havia sido preso anteriormente. Quando a equipe chegou, ele acreditou tratar-se apenas de um mandado de busca e apreensão, falou que ficaria preso seis dias e seria solto novamente. Ele não reagiu, mas a todo momento falava que era afilhado de juiz, filho de PM, que o pai virava prefeito... Sempre tentando inibir a ação da polícia. Foram encontrados diversos veículos de luxo e um de locadora, algo de apropriação desde janeiro do ano passado", disse.
Segundo a polícia, o golpista não reagiu à prisão e afirmou, informalmente, que não era estelionatário e que estava "tudo certo". Já em interrogatório formal, ele permaneceu em silêncio.
A delegada completou que o estelionatário tem um histórico de golpes e vivia desse tipo de crime. Além do golpe do óleo diesel, ele vendia aparelhos telefônicos e veículos, que ele recebia o dinheiro e não entregava, além de alugar veículos e não devolver. Para agir, Bremenkamp contou que o criminoso se infiltrava no meio de grupos, começava conversas sobre as vendas e fazia a pessoa se interessar. Por ostentar uma vida de luxo, muitas pessoas acreditavam que ele era mesmo representantes de empresas de importação do ramo de petróleo.
"Ele já foi preso em Venda Nova pelo mesmo golpe (do óleo), saiu da prisão em agosto de 2019 e em setembro já temos registros de golpes ma Grande Vitória. É um estelionatário que vive do crime. Observamos que em Santa Leopoldina também houve golpes. As vítimas estão aparecendo, acreditamos que são várias. Entre os veículos na casa dele, havia um de locadora, algo de apropriação desde janeiro do ano passado. Ele alugou para ficar uma semana e nunca devolveu. Verificamos que já havia algo semelhante com outro veículo. Vamos colocá-los em disposição da justiça para que, se possível, possa realizar a alienação e devolver valores à essas vítimas", contou.
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