A esposa de um guarda municipal de Vitória morreu após ser atingida por um disparo de arma de fogo do marido. O homem alegou para a polícia que o tiro foi acidental e ocorreu enquanto ele limpava a arma. O caso aconteceu no fim da tarde desta quinta-feira (2) no apartamento do casal, na Praia de Itaparica, em Vila Velha.
A Polícia Militar informou que, ao chegar ao local do ocorrido, um homem se apresentou como guarda municipal de Vitória e disse que fazia a manutenção da sua arma, uma pistola calibre 9 milímetros, segurando-a na mão direita e apoiando com a esquerda. "Que já havia retirado o carregador com as munições, porém a arma disparou e acertou a sua esposa, grávida de aproximadamente 17 semanas, que estava ao lado", diz a nota da PM.
Segundo a corporação, o guarda permaneceu no local acionando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e também o Ciodes.
Os peritos da Polícia Civil saíram do prédio, por volta das 22h, carregando alguns objetos, incluindo uma arma e uma cápsula deflagrada.
O material foi recolhido no apartamento do casal, o guarda Luiz Roberto Ramalheite e a esposa dele, Carolina Ferraz Scalfoni. O agente foi atingido na mão e o mesmo tiro atingiu Carolina na barriga.
De acordo com a apuração da repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, a mulher deu entrada no hospital Antônio Bezerra de Faria, no mesmo município, em estado grave. Chegou a ser reanimada depois de sofrer uma parada cardíaca e foi levada para o centro cirúrgico, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
Nas redes sociais, Carolina e o marido compartilhavam vários momentos alegres. O bebê seria o primeiro filho do casal, que estava junto há cerca de dez anos.
Depois de receber atendimento médico em um hospital particular, Ramalheite foi levado para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), prestou depoimento e vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
A Polícia Civil informou à reportagem da TV Gazeta que o guarda pagou fiança e foi liberado. Em depoimento, ele relatou que estava limpando a arma, uma pistola de 9 milímetros, de uso pessoal, quando disparou de forma acidental.
Na manhã desta sexta-feira (3), a Polícia Civil ressaltou, por meio de nota, a autuação do guarda e evidenciou que "por tratar-se de crime culposo, não há responsabilização pelo óbito do feto". Veja a nota na íntegra:
"A Polícia Civil informa que o autor do disparo foi conduzido para o Plantão do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado em flagrante por homicídio culposo, que é quando não há a intenção de matar. As diligências realizadas logo após o fato, assim como os depoimentos colhidos, indicaram que o disparo ocorreu de forma acidental, atingindo a vítima. Por tratar-se de crime culposo, não há responsabilização pelo óbito do feto. O autuado pagou fiança estipulada pela autoridade policial e foi liberado para responder em liberdade. O procedimento será encaminhado para a Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM), que dará prosseguimento à apuração das circunstâncias do fato."
Na noite desta quinta-feira (2), a Secretaria Municipal de Segurança Urbana de Vitória enviou uma nota sobre o caso. Veja na íntegra:
"A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) informa que a Corregedoria da Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV) vai apurar os fatos e instaurar processo administrativo disciplinar, com ampla defesa e contraditório, preservando o respeito ao estado democrático de direito e os direitos e garantias individuais."
Após a publicação da reportagem, as polícias Militar e Civil enviaram nota sobre o caso. O texto foi atualizado.
*Com informações de Priciele Venturini, da TV Gazeta
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