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Grupo forja identidades para aplicar golpes em aposentados do INSS no ES

Grupo forja identidades para aplicar golpes em aposentados do INSS no ES

Quadrilha era responsável por fabricar identidades falsas e contratar empréstimos consignados em nome de aposentados e pensionistas do INSS. Ao menos 18 pessoas foram vítimas

Publicado em 2 de junho de 2022 às 19:19

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

Seis pessoas são suspeitas de integrarem uma organização criminosa que aplicava golpes financeiros em idosos. Segundo investigações de uma equipe da Polícia Civil de Guarapari, o grupo era especializado em contratar empréstimos consignados em nome de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ao menos 18 pessoas foram vítimas da quadrilha.

Golpes financeiros, pirâmide, estelionato, dinheiro
Empréstimos eram contratados nos nomes dos aposentados. (Andrzej Rostek / Getty Images/iStockpho)

A Polícia Civil informou que a organização era responsável por fabricar identidades falsas e aplicar os golpes. Os seis suspeitos foram indiciados. Segundo a corporação, alguns deles estão escondidos no Espírito Santo e no Distrito Federal. Uma integrante do grupo foi presa em flagrante no dia 16 de fevereiro, dentro de uma agência bancária no bairro Muquiçaba, em Guarapari.

As descobertas sobre o grupo foram feitas pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari. A corporação informou os nomes dos suspeitos indiciados.

Suspeitos de integrar organização criminosa, segundo a Polícia Civil:

  • Tayamara Pires Ribeiro - está presa
  • Juliana Teixeira de Melo 
  • Rosendo dos Santos Fernandes, vulgo "Nenem"
  • Uarison Oliveira Menezes, vulgo "Sandro"
  • Antônio Robson Santiago da Costa, vulgo "Piti"
  • Juacy Ribeiro da Silva, vulgo "Regis Afonso Paulino"

Segundo investigações da Polícia Civil, o grupo contava com a ajuda de servidores do INSS. Havia abertura de conta e procura por empréstimos financeiros. Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa parece atuar em todo o território nacional e envolver pessoas de várias regiões do Brasil. Veja como funcionava a organização:

  • 01

    AJUDA DE SERVIDORES DO INSS

    Conforme investigação da Polícia Civil, o grupo contava com o "provável" apoio de servidores do INSS para conseguir dados pessoas de aposentados e pensionistas. Eles obtinham os valores das pensões ou aposentadorias e ainda a margem disponível para a contratação de empréstimos.

  • 02

    FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

    O grupo falsificava carteiras de identidade e comprovantes de residência expedidos em nomes dessas pessoas. Eram colocadas as próprias fotos no lugar das imagens das vítimas.

  • 03

    IDA AO BANCO COM DOCUMENTOS FALSOS

    Após a falsificação dos documentos, os suspeitos se passavam pelos aposentados e promoviam a abertura de contas bancárias, para depois contratarem empréstimos bancários.

  • 04

    TRANSFERÊNCIAS E CONTRATAÇÕES

    Com o uso de documentos falsos, o grupo abria fraudulentamente outras contas bancárias destinadas à lavagem de dinheiro. Para essas contas os suspeitos transferem o dinheiro oriundo das contas por meio das quais receberam inicialmente os valores dos empréstimos contraídos. A ideia era dificultar a apuração dos crimes e levantar falsas suspeitas em face de vítimas inocentes, que, em princípio, podem ser confundidas com os verdadeiros autores da trama criminosa e/ou como “laranjas”.

Antônio Robson Santiago da Costa, segundo a polícia, era o responsável por ir aos bancos com os documentos falsos. O suspeito, que seria servidor público municipal de Guarapari e microempresário, recebeu outros suspeitos na própria casa, facilitando a articulação do crime.

Durante análise das mensagens, foram verificados R$ 200 mil, obtidos por meio de cinco empréstimos — que variam entre R$ 32 mil e R$ 50 mil. Segundo o delegado Guilherme Eugênio, não é possível precisar o valor total extraído das contas das vítimas.

Grupo forja identidades para aplicar golpes em aposentados do INSS no ES

DENÚNCIA E APREENSÃO

A Polícia Civil foi acionado por responsáveis pela segurança de um dos bancos. No horário marcado para a entrega de R$ 35 mil provenientes de empréstimo, policiais foram à agência bancária no bairro Muquiçaba, em Guarapari. Foi o momento em que Taymara Pires Ribeiro recebeu voz de prisão. A polícia descobriu onde funcionava um dos escritórios da organização.

Material foi apreendido em um dos escritórios de organização criminosa no ES
Material foi apreendido em um dos escritórios de organização criminosa no ES. (Divulgação | Polícia Civil)

FORAM APREENDIDOS:

  • 12 carteiras de identificação falsas nas quais haviam sido acostadas fotos de Uarison Oliveira Menezes, Taymara Pires Ribeiro e Rosendo dos Santos Fernandes;
  • Uma carteira de identificação verdadeira emitida em nome de Luciano da Silva Alves;
  • Diversos extratos de empréstimos consignados emitidos em nome de aposentados e pensionistas do INSS (documento que consigna o valor do benefício previdenciário pago e a margem disponível para a contratação de empréstimo consignado);
  • Vários documentos ainda em branco a serem empregados na impressão de carteiras de identidade;
  • Uma impressora colorida profissional;
  • Pequenas porções de algo que parece trata-se de “maconha”.

De acordo com o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, Juacy Ribeiro da Silva, que se identifica como Regis, ocupa o cargo de "gestor" do grupo. O recrutamento era, preferencialmente, de mulheres na faixa etária de 40 anos.

A reportagem de A Gazeta tenta contato com a defesa dos suspeitos indiciados, cujos nomes foram divulgados pela Polícia Civil. Assim que houver posicionamento, este texto será atualizado.

A Prefeitura de Guarapari foi demandada pela reportagem, já que um dos suspeitos de integrar o grupo é servidor público do órgão. Também foi procurado o INSS, diante da informação de suspeita de participação de funcionários do instituto. Assim que houver retorno, a matéria será atualizada.

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