Seis pessoas são suspeitas de integrarem uma organização criminosa que aplicava golpes financeiros em idosos. Segundo investigações de uma equipe da Polícia Civil de Guarapari, o grupo era especializado em contratar empréstimos consignados em nome de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ao menos 18 pessoas foram vítimas da quadrilha.
A Polícia Civil informou que a organização era responsável por fabricar identidades falsas e aplicar os golpes. Os seis suspeitos foram indiciados. Segundo a corporação, alguns deles estão escondidos no Espírito Santo e no Distrito Federal. Uma integrante do grupo foi presa em flagrante no dia 16 de fevereiro, dentro de uma agência bancária no bairro Muquiçaba, em Guarapari.
As descobertas sobre o grupo foram feitas pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari. A corporação informou os nomes dos suspeitos indiciados.
Suspeitos de integrar organização criminosa, segundo a Polícia Civil:
Segundo investigações da Polícia Civil, o grupo contava com a ajuda de servidores do INSS. Havia abertura de conta e procura por empréstimos financeiros. Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa parece atuar em todo o território nacional e envolver pessoas de várias regiões do Brasil. Veja como funcionava a organização:
Conforme investigação da Polícia Civil, o grupo contava com o "provável" apoio de servidores do INSS para conseguir dados pessoas de aposentados e pensionistas. Eles obtinham os valores das pensões ou aposentadorias e ainda a margem disponível para a contratação de empréstimos.
O grupo falsificava carteiras de identidade e comprovantes de residência expedidos em nomes dessas pessoas. Eram colocadas as próprias fotos no lugar das imagens das vítimas.
Após a falsificação dos documentos, os suspeitos se passavam pelos aposentados e promoviam a abertura de contas bancárias, para depois contratarem empréstimos bancários.
Com o uso de documentos falsos, o grupo abria fraudulentamente outras contas bancárias destinadas à lavagem de dinheiro. Para essas contas os suspeitos transferem o dinheiro oriundo das contas por meio das quais receberam inicialmente os valores dos empréstimos contraídos. A ideia era dificultar a apuração dos crimes e levantar falsas suspeitas em face de vítimas inocentes, que, em princípio, podem ser confundidas com os verdadeiros autores da trama criminosa e/ou como “laranjas”.
Antônio Robson Santiago da Costa, segundo a polícia, era o responsável por ir aos bancos com os documentos falsos. O suspeito, que seria servidor público municipal de Guarapari e microempresário, recebeu outros suspeitos na própria casa, facilitando a articulação do crime.
Durante análise das mensagens, foram verificados R$ 200 mil, obtidos por meio de cinco empréstimos — que variam entre R$ 32 mil e R$ 50 mil. Segundo o delegado Guilherme Eugênio, não é possível precisar o valor total extraído das contas das vítimas.
A Polícia Civil foi acionado por responsáveis pela segurança de um dos bancos. No horário marcado para a entrega de R$ 35 mil provenientes de empréstimo, policiais foram à agência bancária no bairro Muquiçaba, em Guarapari. Foi o momento em que Taymara Pires Ribeiro recebeu voz de prisão. A polícia descobriu onde funcionava um dos escritórios da organização.
FORAM APREENDIDOS:
De acordo com o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, Juacy Ribeiro da Silva, que se identifica como Regis, ocupa o cargo de "gestor" do grupo. O recrutamento era, preferencialmente, de mulheres na faixa etária de 40 anos.
A reportagem de A Gazeta tenta contato com a defesa dos suspeitos indiciados, cujos nomes foram divulgados pela Polícia Civil. Assim que houver posicionamento, este texto será atualizado.
A Prefeitura de Guarapari foi demandada pela reportagem, já que um dos suspeitos de integrar o grupo é servidor público do órgão. Também foi procurado o INSS, diante da informação de suspeita de participação de funcionários do instituto. Assim que houver retorno, a matéria será atualizada.
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