O comandante-geral da Polícia Militar no Espírito Santo, o coronel Douglas Caus, tratou, em entrevista coletiva concedida neste sábado (10), sobre a Operação 12 de Outubro, iniciada nesta sexta-feira (9), às 18h, e que será concluída na terça (13), às 6h, em todo o Estado. A ação policial deverá cercar os bairros onde têm ocorrido confrontos para prender pessoas que, diante da guerra do tráfico, buscam controle dos territórios. Além disso, serão realizadas fiscalizações no trânsito e o foco será em cumprir mandados de prisão, recapturar foragidos e apreender veículos furtados.
De acordo com a autoridade, a atuação será marcada pela ostensividade, por blitz, cerco tático, combate a bailes clandestinos e, principalmente, contará com a integração das polícias, monitorando indivíduos que fazem parte de ataques para conseguir abordá-los antes mesmo do início destes episódios. "Usaremos força máxima para evitar injusta agressão", resumiu.
Segundo Caus, os episódios acontecidos nesta sexta-feira (9), iniciados na Ilha do Príncipe e finalizados em Vila Velha, com a prisão de três suspeitos em Cobilândia, foram combatidos já pela Operação 12 de Outubro.
O comandante-geral explicou que durante a Operação 12 de Outubro foram colocados 5 mil policiais a mais para atuar, além de mais de 400 viaturas e das inteligências integradas da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), da Inteligência Prisional, e das polícias Civil e Militar.
"Nossas forças estão mapeando como os criminosos estão se locomovendo, e aí nós estamos nos antecipando, colocando viaturas em pontos estratégicos, para que logo que aconteça um ataque, ou antes que aconteça, nós possamos fazer uma abordagem. Foi o que aconteceu ontem (9), em que logo após o ataque, as viaturas foram acionadas, houve a perseguição, a troca de tiros e a prisão dos indivíduos", ressaltou.
Já iniciada a Operação 12 de Outubro, estava sendo realizada uma supervisão, com blitz, na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, na noite de sexta-feira (9), por agentes da PM. "Foi quando recebemos um chamado de apoio na região de Cobilândia e Sotelândia. Era uma perseguição a um veículo que, segundo informações do Ciodes, teria participado de um ataque na Ilha do Príncipe momentos antes. Durante a perseguição, os indivíduos perderam o controle, bateram na ponte que liga Rio Marinho a Sotelândia, um deles ficou preso dentro do veículo, foi abordado, algemado e colocado dentro da viatura", iniciou.
De acordo com o coronel, dentro do veículo usado pelos criminosos foram encontradas duas pistolas. "Logo após recebemos informações do Disk-Denúncia de que outros dois participantes, que tinham fugido, estariam dentro de uma residência da localidade. A Força Tática foi até o local, fez uma negociação rápida com eles e os indivíduos se entregaram, foram algemados e conduzidos à Polícia Civil", contou.
Sobre a dinâmica da ação individualizada de cada suspeito, Caus afirma que a apuração cabe à Polícia Civil. "Mas, mesmo para nós, os suspeitos assumiram que participaram. A viatura que acompanhou a ocorrência na Ilha do Príncipe foi até o local em Vila Velha, reconheceu o veículo que foi usado em Vitória, então pode de fato afirmar é o mesmo. Os dois episódios foram uma continuação um do outro", disse.
Sobre as prisões realizadas, o comandante-geral explica que dos quatro envolvidos no ataque, um era menor e foi apreendido dentro do veículo, dois foram presos na casa de uma senhora e filha, ambas feitas reféns, e um conseguiu fugir. De acordo com Caus, o menor apreendido não tem antecedentes criminais, enquanto os demais contam com ficha extensa por participação em outros crimes.
"E a ida deles à Ilha do Príncipe denota claramente a tentativa de tomar um território para o tráfico de drogas. Existem traficantes na Ilha do Príncipe que a Polícia Civil, a PM, a inteligência da Sesp, já estão identificando. A Operação Caim e a Sentinela combatem este tipo de indivíduo. Quando a polícia chega, eles vão para as residências, mas, mais cedo ou mais tarde, serão presos. A Ilha do Príncipe é um lugar pequeno, nós sabemos quem são estes indivíduos e já estamos trabalhando no sentido de detectar os esconderijos onde estão, pedir ao MP e ao Judiciário mandados de busca e apreensão para, depois do cerco, entrarmos nas residências e fazermos as prisões", concluiu.
Moradores da Ilha da Príncipe, em Vitória, passaram por um susto na manhã deste sábado (10). Um gari que estava recolhendo lixo em um beco próximo de uma igreja viu que havia uma granada na lixeira e moradores chamaram a Polícia Militar. Uma equipe da Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp) foi até o local e constatou que se tratava de uma granada de fabricação caseira, que foi deixada no local. O artefato explosivo já estava sem o pino usado para detonação.
Sobre o explosivo, o coronel Caus informou que ainda não é possível relacioná-lo aos ataques. "A polícia ainda não tem a informação se o artefato explosivo encontrado na Ilha do Príncipe neste sábado (10) tem ligação com os ataques desta sexta-feira (9). O delegado, presidente do inquérito, na Polícia Civil, é que vai tentar fazer esta relação ou não. A Cimesp está no local para poder recolher o artefato de forma segura, encaminhá-lo para outra área segura e fazer a destruição. Ontem houve um ataque na Ilha do Príncipe, os bandidos fugiram em direção a Rio Marinho, uma viatura nossa detectou, fez a perseguição, houve troca de tiros, foram apreendidas três armas e três indivíduos, sendo que a nossa viatura também foi alvejada", afirmou.
Questionada, a Polícia Civil informou, em nota, que os suspeitos, de 24 anos e 27 anos, conduzidos ao Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram autuados em flagrante por associação criminosa, corrupção de menores, disparo de arma de fogo, constrangimento ilegal e tentativa de homicídio qualificada contra agentes de segurança pública no exercício da função.
"O suspeito de 24 anos também foi autuado por receptação. Eles foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana.O adolescente, 15 anos, assinou um boletim de ocorrência circunstanciado (boc) por tráfico de drogas, associação criminosa e foi reintegrado à família.
Em relação ao envolvimento do detido com um crime registrado no Centro de Vitória, o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, e outras informações não serão repassadas para que a apuração dos fatos seja preservada. A PCES destaca que a população tem um papel importante nas investigações e pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta