O homem agredido com um tapa no rosto por um policial militar em Cariacica, no último dia 19, não chegou a ser detido, ou conduzido a uma delegacia. Após a agressão durante a abordagem, flagrada por uma câmera de videomonitoramento (vídeo acima), ele foi liberado. O agente que o agrediu foi afastado do patrulhamento nas ruas e está cumprindo funções administrativas, até que o inquérito que investiga o caso seja finalizado.
A informação sobre a liberação do homem foi repassada pelo coronel Denadai, comandante do 6º Comando de Policiamento Ostensivo Regional (CPOR), em entrevista à TV Gazeta.
"As informações preliminares que a gente tem é de que o cidadão foi liberado para sua residência e os policiais continuaram no patrulhamento, mas tudo isso vai ser esclarecido dentro do inquérito policial militar", pontuou o comandante.
No vídeo é possível observar que o homem está com as mãos para trás enquanto um dos policiais fala, colocando o dedo no peito dele de forma agressiva. Em determinado momento, ainda durante a abordagem, um policial dá um tapa no rosto do homem, que chega a cair no chão e precisa ser levantado após a agressão.
Durante a conversa entre o homem e os policiais, o homem ficou parado em um mesmo lugar, sem gesticular ou tentar fugir. Após alguns minutos de conversa, o militar deu o tapa no abordado.
Após o tapa, a vítima da agressão passou alguns segundos no chão e foi levantada pelo mesmo policial. O homem foi puxado pela camisa e ficou em pé, aparentemente desequilibrado. Segundos depois, ele saiu andando.
Questionado sobre o contexto da abordagem, o coronel disse que ainda não tem detalhes. "Essa abordagem feita na rua é quando o policial identifica alguma atitude suspeita. Nesse caso o policial teve essa intenção de fazer a abordagem por entender que ele estava em um atitude suspeita, para verificar as informações."
O comandante afirmou que, logo após o vídeo chegar até eles, um inquérito policial militar foi instaurado. Os outros agentes que estavam na ocorrência serão ouvidos, e a corporação busca mais imagens do caso para apurar o que aconteceu. Segundo o coronel, o prazo para a conclusão das investigações é de 30 a 60 dias.
"Ao final do inquérito todas as providências serão adotadas: encaminhamento para a Justica, caso tenha confirmado o cometimento de crime militar, e também de possível transgressão da disciplina; mas isso tudo a gente depende das investigações, porque ali só tem uma imagem", comentou.
Quando esse tipo de situação acontece, a discussão sobre o uso de câmeras nas fardas dos policiais ressurge. O coronel disse que há um projeto em andamento.
"O uso dessas câmeras é um projeto de governo, está sendo gerido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e vai ser implementado, o projeto já está em andamento", afirmou.
Em maio deste ano, o secretário Eugênio Ricas, da Sesp, disse que em entrevista que o Ministério da Justiça vai fazer uma grande contratação desses equipamentos e vai disponibilizar para os estados aderirem.
"Muito provavelmente esses equipamentos serão mais baratos, porque como a compra vai ser grande e todos os estados poderão aderir a essa ata, há uma tendência de que esses equipamentos além de serem de boa qualidade, também sejam mais baratos, então pode ser mais vantajoso para o Espírito Santo", ressaltou, na ocasião.
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