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Homem agride mulher grávida e mantém 4 crianças em cárcere em Cariacica

Homem agride mulher grávida e mantém 4 crianças em cárcere em Cariacica

Caso aconteceu na noite da última terça-feira (13); vítima pediu ajuda em Companhia da Polícia Militar e o suspeito acabou se rendendo

Publicado em 14 de agosto de 2024 às 09:05

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Um homem de 30 anos foi preso após agredir e ameaçar de morte a própria companheira, grávida de dois meses, além de manter quatro crianças presas dentro de casa em Cariacica, na noite de terça-feira (13). Somente depois de muita conversa com os policiais é que o suspeito se entregou e deixou os filhos da vítima – de um, três, cinco e oito anos – saírem da residência. 

Os nomes dos envolvidos e o bairro onde ocorreu o crime não estão sendo divulgados para preservar as identidades dos menores de idade, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).

Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a mulher grávida, que tem 25 anos, foi até uma Companhia da PM para pedir ajuda, por volta das 21h. Ela disse que o companheiro havia feito ameaças de morte contra ela, além de agredi-la na cabeça com socos. A vítima ainda relatou que o homem estava mantendo os quatro filhos dela presos dentro de casa. 

Após o relato da mulher, os policiais foram até a casa. Assim que o homem viu a viatura chegando, trancou a residência e ficou lá dentro. Ele só aparecia pela brecha da porta, com uma menina no colo. Alterado, ele gritava e dizia que, para tirar os menores de idade do local, os agentes teriam que matá-lo. 

Os militares começaram a negociar com o suspeito até que, aos poucos, ele foi liberando as crianças, mantendo apenas a que estava no colo. Em seguida, ele concordou em sair da casa, mas disse que não iria largar a menininha. Finalmente, o suspeito saiu da residência, foi imobilizado e levado para a delegacia.

As crianças não estavam com ferimentos. Já a mulher tinha uma marca roxa no olho. O suspeito foi levado à Delegacia Regional de Cariacica. Segundo a Polícia Civil, ele foi autuado em flagrante por lesão corporal, ameaça, injúria, cárcere privado e desobediência, todos na forma da Lei Maria da Penha. Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).

Histórico de violência

Na manhã desta quarta-feira (14), a mulher conversou com o repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, e deu detalhes de como tudo aconteceu. Segundo a vítima, o casal se relacionava havia quatro anos, e essa não foi a primeira vez que ela passou por violência. Na terça-feira, as agressões começaram logo cedo, quando ela pediu para o marido cuidar dos filhos no dia seguinte. Irritado, ele a empurrou e deu um tapa em seu rosto.

Depois disso, chegou a arremessar uma faca na direção da vítima e uma lajota, que acertou as costas dela. O dia foi passando e o homem saiu de casa. À noite, voltou alcoolizado e começou a fazer ameaças, dizendo que, se descobrisse alguma traição, iria fazer "picadinho" da esposa. Em seguida, deu um tapa no rosto da mulher, que conseguiu correr em direção à rua. 

"Na rua, ele foi me arrastando pelos cabelos e eu me agarrei na tábua na entrada de casa; pedi ajuda, mas ninguém apareceu. Ele me deu um soco, eu tonteei e caí, aí ele continuou me dando soco, chute, tapa", lembrou a vítima. Foi depois disso que ela conseguiu escapar e pediu ajuda na Companhia da PM.

Enquanto os filhos estavam sob o poder dele dentro de casa — somente a mais nova, de um ano, é filha do agressor; os outros três são enteados —, a vítima grávida contou que viveu momentos de desespero.

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Eu não desejo para mãe nenhuma o que sofri, porque é uma dor que parece que estão tirando um pedaço de você. Fiquei com muito medo de ele fazer alguma coisa com meus filhos e comigo

X.
Vítima de violência doméstica
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Essa não foi a primeira vez: há três anos, o agressor colocou fogo na casa que eles tinham, também em Cariacica. Quatro meses depois, a vítima perdoou e eles voltaram. "Não sei porque eu perdoei. Para mim já era para ter acabado há muito tempo, mas ele vivia me perseguindo, pedindo para voltar, falava que ia mudar", ressaltou. 

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Me arrependo muito de ter voltado com ele, porque hoje não sou só eu que sofro. É uma coisa que meus filhos vão carregar para o resto da vida

X.
Vítima de violência doméstica
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