Rodrigo Pires Rosa confessou ter matado a ex-namorada Luana Demonier a facadas. No depoimento colhido na tarde desta quarta-feira (10), ele descreveu todas as circunstâncias do crime, mas afirmou que não se lembra do que aconteceu após desferir os primeiros golpes contra a vítima, que teve 19 perfurações profundas no corpo.
Titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), a delegada Rafaella Aguiar afirma que esta pode ser uma estratégia dele para tentar receber uma pena mais branda. À frente do caso, ela também acredita que o crime foi premeditado e autuou Rodrigo por homicídio duplamente qualificado: por impossibilitar a defesa da vítima e por feminicídio.
Ainda de acordo com a delegada, a gravação feita por câmeras de segurança mostra que a vítima empurra o ex-companheiro, na tentativa de se defender. Porém, ele resiste, segura a jovem pelo cabelo e continua a desferir as facadas.
"Ele pegou a faca depois do almoço e acompanhou Luana na volta do trabalho (à noite). Não teve uma discussão. Por isso, acredito que tenha sido premeditado", argumenta.
O crime aconteceu por volta das 19h dessa terça-feira (9), no bairro Vila Capixaba, em Cariacica. A jovem Luana Demonier, de 25 anos, morreu a poucos metros de casa. Horas depois, já no início da tarde desta quarta-feira (10), o assassino e ex-namorado se entregou à Delegacia da Praia do Canto, em Vitória.
Agora indiciado por homicídio duplamente qualificado, Rodrigo Pires Rosa já era investigado desde 2015 pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Contra ele, havia dois mandados de prisão em aberto por descumprir medidas protetivas. Ele também responde por mais oito inquéritos policiais, todos relacionados à violência doméstica.
Em um desses episódios, Rodrigo foi flagrado correndo atrás de uma outra ex-companheira com uma faca. Em 30 de julho do ano passado, ele foi preso em flagrante pelo crime de ameaça e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana, mas ganhou liberdade no dia 3 de setembro.
Ele ainda era um dos alvos na última edição da Operação Maria’s, realizada em dezembro de 2020, mas não foi localizado na ocasião. Em janeiro, novas diligências foram realizadas, mas ele também não foi encontrado. Após tomar conhecimento da ordem de prisão, o investigado teria passado a viver em condição de andarilho, sem endereço fixo, o que dificultava a localização.
Antes de protagonizarem esse crime bárbaro, Luana Demonier e Rodrigo Pires Rose mantiveram um relacionamento por um ano e tiveram uma filha que faleceu aos cinco meses de idade, em maio do ano passado, de parada cardiorrespiratória. Segundo a família, o suspeito abandonou as duas assim que a menina nasceu.
Na manhã desta terça-feira (9), dia do crime, o suspeito teria entrado no mesmo ônibus em que a vítima estava e começou a falar, em voz alta, da morte da criança. Segundo a família, outros passageiros entenderam a postura como uma ameaça. Os parentes de Luana também contaram que ele já tinha ameaçado a ex-namorada em outras ocasiões.
De acordo com a Polícia Civil, a jovem já tinha uma medida protetiva contra o suspeito. Enquanto voltava para a casa, ela recebeu uma mensagem do ex-companheiro, que afirmava que iria matá-la. Ao chegar na rua onde morava, no bairro Vila Capixaba, a vítima foi surpreendida por ele e levou as facadas. Luana morreu no próprio local.
Rodrigo Pires Rosa foi autuado em flagrante por feminicídio e homicídio duplamente qualificado. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, onde prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (10). À noite, o acusado foi passou por exames no Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
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