A Polícia Civil indiciou um homem de 30 anos, suspeito de assaltar mulheres em Vila Velha e Cariacica, utilizando um capacete com uma caveira estampada e uma blusa azul, que é uniforme de uma rede de farmácias. Os crimes aconteceram entre maio e junho, com seis vítimas identificadas. Segundo a corporação, Pablo Vinicius Jesus Gonçalves está preso desde junho por praticar cinco roubos majorados, quatro extorsões, dois estelionatos e um estupro.
De acordo com a Polícia Civil, Pablo usava uma camisa de uniforme de rede de farmácias para passar despercebido, e os crimes não paravam nos assaltos. Quando não conseguia que a vítima passasse a senha de acesso do celular, Pablo colocava o chip no próprio celular e contratava uma empresa para se passar por uma multinacional de tecnologia.
As vítimas então recebiam mensagens como se a empresa estivesse informando a localização do aparelho, ao clicar ele acessava grupos e senhas. Ali começava um dos outros crimes, a extorsão.
“Ele conseguia entrar nos grupos de aplicativo de mensagens. Grupos de escola, família, e mandava mensagem ameaçando caso não oferecesse a senha de desbloqueio dos aparelhos eletrônicos”, contou o titular do 6º Distrito de Polícia de Vila Velha, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues.
Em um dos casos, uma adolescente de 13 anos precisou mudar de escola. Com o contato dos pais da jovem, ele ameaçou ir até a instituição de ensino caso nenhum deles informasse o número de segurança. “Chego a me arrepiar. A menina teve que mudar o lugar onde ela estudava, pois ele ligava e mandava mensagens constantemente”, afirmou o delegado.
Segundo o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, Pablo atuava em modus operandi para amedrontar as vítimas e conseguir tirar dinheiro delas. A ação funcionava da seguinte forma:
Com a junção das provas, os crimes dos quais o homem é suspeito somam penas que podem chegar a 100 anos de prisão, segundo o delegado. São 16 acusações: cinco por subtração de celulares, quatro por ameaça, duas por invasão de dispositivo, uma por abuso sexual, duas por adulteração de placa e duas por destinação de valores a conta laranja.
A prisão dele aconteceu depois da última tentativa de roubo. A vítima parou uma viatura da PM, que conseguiu encontrar ele logo depois. Em primeiro momento não identificaram que poderia ser a pessoa procurada em outros casos. Somente durante as investigações, com ajuda da câmera de videomonitoramento perceberam ser o acusado pela blusa, moto e localização.
A acusação por invasão de contas foi possível com ajuda das vítimas. Ela tirou prints das notificações que chegaram ao e-mail quando ele conseguia entrar nas contas. Pelas mensagens nomearam o tipo de celular e um dos telefones dele ser da marca sinalizada na mensagem, junto aos prints, foi possível denunciá-lo.
Segundo o delegado Guilherme Eugênio, o suspeito usava quatro motos diferentes e mudava a caixa para dificultar a identificação. “Três delas eram restritas e uma era legalizada. Ele sempre colocava sempre a placa legalizada nas outras para não correr o risco de ser pego”, contou.
Eugênio afirmou ainda que caso alguém se identifique como vítima dele, ainda há tempo de denunciar. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e tinha passagem anterior por roubo.
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