A Polícia Civil indiciou por estelionato, nesta sexta-feira (3), um vigilante de 38 anos por se passar pela vice-governadora Jaqueline Moraes (PSB) para tentar aplicar golpes em políticos e autoridades do interior do Espírito Santo pelo WhatsApp. Em junho do ano passado, ela denunciou o caso, que começou a ser investigado.
De acordo com delegado Breno Andrade, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, o homem, fingindo ser Jaqueline Moraes, pediu ao Superintendente Regional de Educação de São Mateus um emprego para uma mulher. Em depoimento, mesmo diante das provas colhidas pela polícia, ele negou o crime. A identidade do vigilante não foi divulgada pela polícia.
"Conseguimos descobrir que a pessoa que estava se passando pela vice-governadora do Estado do Espírito Santo era um vigilante de 38 anos, residente da cidade de São Mateus, que já havia trabalhado na Superintendência Regional de Educação. Ou seja, conhecia o superintendente. Diante de todas as provas apresentadas, ele negou o fato", explicou.
"O que nos causa surpresa nesse caso é a audácia da pessoa de se passar pela vice-governadora, acreditando que o fato que ele cometeu não traria maiores consequências", complementou o delegado.
Breno Andrade afirmou que o vigilante tentou enganar até os policiais durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão.
"Os meus policiais, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, ficaram até surpresos porque o vigilante disse que conhecia, inclusive, o governador do Estado do Espírito Santo e mandava mensagens para ele. Obviamente que a gente não tem como comprovar isso. Mas, até diante da polícia, ele tentou dizer que tinha influência para tentar demover a gente da ideia de investigar. Não adianta, porque as provas estão nos autos do inquérito e ele vai responder criminalmente agora", disse.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, explicou que criminosos se passam por pessoas que têm poder e credibilidade para tentar tirar proveito de outras pessoas. Mas alertou que as autoridades têm meios para descobrir os autores desse tipo de prática. "Não adianta pensar que pode se esconder através da rede, de um meio virtual, achando que não será descoberto, porque será descoberto. A delegacia tem meios para isso, tem policiais preparados para isso. Não façam. Se fizerem, serão descobertos."
O advogado Claudio Saade, que representa a vice-governadora, afirmou que o andamento do caso gera uma alívio e que aguarda, agora, a manifestação do Ministério Público. "A vice-governadora é notoriamente conhecida como uma mulher séria, que nunca teve nenhum problema. É constrangedor por si só, por mais que seja inocente. As autoridades competentes estão agindo, acreditamos em todas as instituições. Enxergamos o caso de maneira pedagógica, para incentivar que as pessoas denunciem esse tipo de crime cada vez mais comum", disse.
Em junho de 2019, Jaqueline Moraes divulgou uma nota para informar que estava sendo alvo de um golpe e para solicitar que possíveis vítimas denunciassem a ação criminosa.
Com informações de Daniela Carla, repórter da TV Gazeta
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta