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Homem é preso em Vila Velha em ação contra tráfico internacional de drogas

Homem é preso em Vila Velha em ação contra tráfico internacional de drogas

Polícia Federal afirma que indivíduo usava documento falso e é apontado como o responsável por desempenhar o papel de contador da organização criminosa

Publicado em 4 de maio de 2023 às 12:02

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Um homem foi preso em Vila Velha pela Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (4), durante a Operação Downfall. A ação visa a reprimir e desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional e interestadual de drogas com diversas ramificações no país. Os trabalhos começaram em Curitiba, no Paraná, junto com a Receita Federal e a Polícia Civil paranaense, e se desdobraram em outros sete estados. 

O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, confirmou a prisão do homem ocorrida no Espírito Santo. O site de A Gazeta apurou que essa prisão ocorreu em Vila Velha e foi em flagrante por uso de documento falso. 

O suspeito é apontado como o responsável por desempenhar o papel de contador da organização criminosa, além de cuidar do transporte de altos valores em espécie e gerenciar os locais de depósito do dinheiro da organização. Na casa dele foram apreendidos oito celulares, um notebook e documentos diversos.

Operação ocorre em oito estados 

Cerca  de 350 policiais federais, 130 policiais civis e 25 auditores da Receita Federal estão nas ruas para dar cumprimento a 30 mandados de prisão preventiva e 87 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos estados do ParanáSanta CatarinaSão PauloMato Grosso do SulMato Grosso, Rio de JaneiroGoiás Espírito Santo.

Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de aproximadamente R$ 1 bilhão.

As investigações revelaram que a organização criminosa constituiu uma complexa estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, que abrange desde a produção da droga no exterior, seu posterior ingresso e transporte dentro do território nacional, distribuição interna, preparação e o envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.

As investigações constataram que grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para isto, atuavam predominantemente na região do Porto de Paranaguá, no Paraná.

Foram identificadas diversas apreensões de carregamentos de cocaína vinculados a atuação desta organização criminosa e, por meio de um trabalho conjunto entre a Polícia Federal e a Polícia Civil do Paraná, também foram realizadas prisões em flagrante e apreensões de droga no decorrer da investigação, totalizando aproximadamente 5,2 toneladas de cocaína.

Além do esquema de narcotráfico, a Polícia Federal destaca que alguns dos integrantes do grupo também estão envolvidos com outras práticas criminosas, como homicídios e o tráfico de armas de fogo, munições e acessórios.

As investigações revelaram ainda que lideranças dessa organização empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita.

Lavagem de dinheiro

Apurou-se que o principal esquema financeiro para promover a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas era o investimento no setor imobiliário do litoral de Santa Catarina.

Essas empresas são suspeitas de realizarem negócios jurídicos fraudulentos ou não declarados que foram custeados com recursos oriundos do tráfico internacional de drogas, havendo indícios de que seus representantes tinham conhecimento da procedência ilícita dos valores que subsidiaram as transações.

As investigações também constataram pagamentos de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie sem a devida comunicação aos órgãos competentes, bem como a utilização de interpostas pessoas para ocultar a identidade do real adquirente.

Penalidades

Os investigados na operação deflagrada nesta quinta-feira (4) responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico, com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 10 anos de reclusão por cada ação perpetrada.

O nome da operação Downfall (queda) faz alusão à efetiva desarticulação estrutural e financeira da organização criminosa, resultado possível em razão da cooperação entre as instituições envolvidas na investigação. 

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