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Homem é preso por racismo após ofender funcionários de loja em Vila Velha

Homem é preso por racismo após ofender funcionários de loja em Vila Velha

Caso ocorreu nesta quinta-feira (6) em um shopping de Vila Velha; vítimas alegam que homem as chamou de "macacos pretos feios". Após ser autuado, homem foi levado para presídio

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 11:51

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Jurcelino Sebastianes de Araujo, de 89 anos, foi preso após cometer crime de racismo
Jurcelino Sebastianes de Araujo, de 89 anos, foi preso após cometer crime de racismo. (Reprodução)

Um homem de 89 anos foi preso nesta quinta-feira (6) por cometer racismo contra dois funcionários das Lojas Americanas, no Shopping Praia da Costa, em Vila Velha. Um vídeo registrado após as ofensas mostra o indivíduo comentando a situação. "Eu até gosto de preto", afirmou. 

No boletim de ocorrência consta que Jurcelino Sebastianes de Araujo chegou ao local e xingou dois funcionários da loja, de 20 e 22 anos. Conforme relato das vítimas, o homem as xingou de "macacos pretos feios". O indivíduo teria afirmado "vou matar todos os gays, pretos e mulheres feias", declarado que não gosta de gente preta e se referido a atendente de 20 anos como "mais uma macaca". 

O boletim de ocorrência obtido pela reportagem comprova o relato dos funcionários. Os nomes das vítimas foram borrados visando preservar a identidade delas. Confira abaixo. 

Boletim de ocorrência mostra registro das ofensas feito pelas funcionárias
Boletim de ocorrência mostra registro das ofensas feito pelas funcionárias. (Polícia Militar)

"EU ATÉ GOSTO DE PRETO"

Em um vídeo registrado momentos depois às ofensas, Jurcelino Sebastianes de Araujo aparece respondendo questionamentos do atendente sobre o ato racista. O homem de 89 anos alegou estar brincando com as funcionárias e justificou a ação alegando "eu até gosto de preto". 

Jurcelino foi levado à 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, onde foi autuado pelo crime de racismo e depois encaminhado ao sistema prisional.

ADVOGADO AVALIA SITUAÇÃO 

Em conversa com a repórter Fabiana Oliveira, do g1 ES, o advogado Marcos Daniel, presidente da Comissão de Igualdade Racial da Associação Brasileira de Advogados no Espírito Santo, afirmou que o homem cometeu não só o crime de injúria racial contra os funcionários, mas também de racismo.

"A injúria racial é uma ofensa utilizando questões raciais direcionadas a uma pessoa. Vira crime de racismo quando não está direcionado a uma pessoa em si, mas a um grupo de pessoas. Quando ele fala 'mais uma macaca' ele está praticando injúria racial. Quando ele direciona 'não gosto de gente preta', ele está praticando crime de racismo. Neste caso, ele praticou os dois crimes, tanto a injúria racial quanto o crime de racismo. A injúria é o crime pessoal e o de racismo porque foi direcionado a um grupo e busca atingir um número indeterminado de pessoas", avalia.

Acionada pela reportagem, a assessoria do shopping informou que o empreendimento foi acionado pelo lojista logo após o ocorrido e que a gestão "repudia todo e qualquer ato ou manifestação discriminatória e preconceituosa e que está à disposição para contribuir com as investigações".

A Polícia Civil foi demandada, mas não respondeu até a publicação desta matéria.

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