Desde os 8 anos sendo vítima de abuso sexual por um amigo da família, uma menina de 15 anos, moradora de Cariacica, na Grande Vitória, tomou coragem para contar à madrasta os episódios dos quais foi vítima.
O homem, taxista e motorista de aplicativo que a ameaçava, chegou a ser linchado por populares e em seguida foi levado ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE). Na manhã deste sábado (26), foi conduzido ao presídio.
A menina recebia ameaças de morte quase diárias também com relação ao irmão, pai e demais parentes. A TV Gazeta teve acesso a um áudio gravado pelo suspeito em que ele diz o que seria capaz de fazer: "O que está no seu celular, que tem você e eu juntos, me pertence, entendeu? Decide logo, sua vida vai acabar hoje e quando eu jogar na internet vai ser pior ainda", afirmou.
Segundo o depoimento da vítima, o homem de 49 anos tirava a roupa dela e passava a mão pelo seu corpo desde quando ela era criança. Ele também gravava vídeos da conduta para usar contra ela.
"Eu pedia para parar e ele não parava. Ele sabia onde eu morava, onde meu irmão estudava, tirava foto do meu irmão na escola e dizia que se contasse para alguém, poderia fazer algo com ele ou outros parentes", disse.
A adolescente contou ainda que a mãe saía para trabalhar e a deixava com o padrasto, que a levava para uma loja que fica no mesmo prédio da família. Ele não imaginava que o colega de trabalho molestava a criança.
O assédio e as ameaças duraram, inicialmente, quatro anos. Ao fazer 12 anos, a vítima foi morar com o pai em outro bairro. Apesar disso, aos 14 anos precisou voltar a morar com a mãe, momento em que o assédio e as ameaças recomeçaram. "No início de 2019 ele me viu na rua e voltou a me ameaçar por mensagens, descobrindo onde eu estudava", contou ela.
Demandadas pela reportagem, as polícias Civil e Militar, bem como a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) ainda não se manifestaram. Esta publicação será atualizada quando forem enviadas as respostas.
No início desta semana, a menina contou dos abusos para a madrasta, que conversou com o pai da menina e eles decidiram procurar a polícia. Antes que alguma providência formal fosse tomada, a madrasta foi à casa do suspeito.
"Fomos eu e um conhecido meu, conversei com o suspeito e mostrei os áudios. No início falou que era mentira, mas comecei a falar que ele é um estuprador e a população se juntou contra ele", relatou.
O suspeito, Ademir Inácio da Silva, acabou apanhando da população na avenida principal do bairro Santana, em Cariacica. Devido aos machucados, permaneceu internado até esta sexta-feira (25), quando recebeu alta e foi levado para o plantão da Delegacia da Mulher.
Com informações da TV Gazeta
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta