O mandante de um crime brutal ocorrido no dia 16 de outubro de 2020, em Porto Canoa, na Serra, e chefe do tráfico de drogas de bairros do município, identificado como Robson Rodrigues, de 41 anos, foi preso na última sexta-feira (13), em uma operação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), no bairro Planeta, Cariacica.
Na ação foram apreendidos seis armas de fogo, entre elas dois fuzis, 29 carregadores, 2.304 munições de diversos calibres, além de um colete balístico, camisas com dizeres da Polícia Civil e Poder Judiciário, um veículo e R$ 1.142 em espécie.
Robson é apontado como mandante do duplo homício de Diego Alexandre da Mota da Silva e Layson da Silva, ambos com 21 anos. Outras cinco pessoas já haviam sido presas anteriormente por envolvimento no crime, incluindo um advogado.
Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, na época do crime, quatro dos suspeitos marcaram encontro com as vítimas. "Para atrair as vítimas eles criaram perfis falsos no Facebook e quando as vítimas chegaram no local marcado, foram executados. Um deles (executores) foi baleado", disse.
O suspeito baleado precisou ser levado ao hospital no dia seguinte ao crime por conta da gravidade do ferimento. Foi aí que a polícia o encontrou e ele confessou o crime e quem mais estaria envolvido.
Na época do caso, o delegado Rodrigo Sandi Mori, revelou que no dia 16 de outubro de 2020, os amigos, Diego Alexandre da Mota da Silva e Layson da Silva, ambos com 21 anos, morreram após serem surpreendidos por atiradores que fizeram mais de 40 disparos contra o carro onde estavam, na Rua Gaviões, em Porto Canoa, na Serra.
A motivação seria uma retaliação a morte de dois aliados de Robson, sendo um deles o motorista de aplicativo, Lucas Ferrarini, assassinado um mês antes, dia 16 de setembro, no bairro Eldorado, no mesmo município.
De acordo com a polícia, Layson da Silva e Diego Alexandre da Mota Silva, participaram da morte do motorista de aplicativo e foram alvo de uma emboscada no dia do crime. Para atraírem as vítimas, os suspeitos de assassinarem a dupla criaram perfis falsos de mulheres na Facebook. Ao se conectarem com os dois pelas redes sociais, o quarteto marcou um encontro com a dupla. No local, Layson e Diego acabaram sendo surpreendidos pelos quatro, que estavam armados, e realizaram a execução.
Entre os presos por envolvimento no crime está um advogado que teria interferido nas investigações após o duplo homicídio. De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, o advogado teria dito para uma testemunha que, caso ela não mentisse em depoimento, ele a entregaria aos investigados pelo crime.
"O advogado marcou com ela em um shopping e na ida à delegaciaa, disse que era pra mentir e que se não fizesse isso, ia mostrar a foto dela pros autores do crime. Ela estava grávida de um mês e perdeu após pressão psicológica", explicou o delegado Rodrigo Sandi Mori.
Participaram do crime:
De acordo com Sandi Mori, no ataque, um dos executores ficou ferido. O advogado então foi até o local onde estava o homem baleado com uma enfermeira, horas após o crime.
Robson Vieira foi preso saindo de casa. Com ele, a Polícia Civil ainda apreendeu uma carteira de habilitação falsa. Para a corporação, o suspeito de ser o mandante do crime disse que morava sozinho e que dentro da casa tinha um grande arsenal de armas.
"Ele foi para se esconder em Cariacica, mas estamos investigando se ele alugava munição e arma pra outros criminosos da região. Ele não falou para que eram usadas a camisetas apreendidas e disse que ia responder só em juízo. Cada vez é mais rotineiro gangues usarem camisas da polícia para entrar na residência e matar os rivais. Vários homicídios ocorreram dessa forma", disse o delegado Rodrigo Sandi Mori.
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