Sérgio Ricardo Carvalhães dos Santos, de 41 anos, preso em flagrante no sábado (9), após matar a companheira a facadas dentro de casa, no bairro Ângelo Depolo, em Montanha, no Norte do Espírito Santo, vai seguir preso por tempo indeterminado. Gislane Barros, de 29 anos, morreu no local antes da chegada do socorro. O suspeito fugiu, mas foi preso no distrito de Vinhático, zona rural do município, e confessou o crime. Nesta segunda-feira (11), a Justiça decretou a prisão preventiva dele.
Na decisão obtida por A Gazeta, o juiz Vinicius Dona de Souza argumenta que a prisão do suspeito serve sobretudo "para a garantia da ordem pública, visto que o auto de prisão em flagrante delito indica a periculosidade concreta de sua conduta, considerando os fatos extremamente graves, bem como o histórico criminal do autuado. Além disso, a prisão preventiva, prestará para coibir a reiteração delitiva e assegurar a instrução penal", assinala o magistrado.
Na audiência de custódia, o promotor de Justiça João Emmanoel Gagno Júnior – representando o Ministério Público (MPES) – pediu a conversão da prisão em flagrante em preventiva. A defesa do suspeito ficou a cargo da Defensoria Pública (DPES), representada pelo advogado Bruno Augusto Fernandes, pediu a concessão de liberdade provisória, "sem fiança e com a aplicação de medidas cautelares", cita o Termo de Audiência de Custódia.
O juiz atendeu ao MP e manteve a prisão de Sérgio Ricardo Carvalhães dos Santos, mas determinou que a Corregedoria da Polícia Penal apure eventuais agressões sofridas pelo autuado dentro da unidade prisional, e orientou a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável pela administração do sistema penitenciário capixaba, para que" havendo vagas, providencie a transferência do autuado para outra unidade prisional, considerando as alegações de violência, prestadas em audiência de custódia".
O padrasto de Gislane, Romildo Effgen, contou aos policiais militares que a mulher tentava se separar de Sérgio, mas ele ameaçava matar ela e toda a família. "Gislane temia Sérgio de forma inimaginável, pois ele já possuía antecedentes por homicídio, dizendo que já havia matado antes e que o faria novamente, sorrindo", descreve o relato do padrasto da vítima no boletim de ocorrência obtido por A Gazeta.
O padrasto da vítima cita ainda, conforme consta no documento, que Sérgio afirmava com frequência, que a prisão seria um descanso e que ele não temia nem a Justiça e nem a polícia. Os policiais assinam a ocorrência detalhando que Sérgio Ricardo confessou o feminicídio de forma fria, tranquila e serena, "sem demonstrar arrependimento pela morte da esposa que sangrou até morrer".
O casal tinha dois filhos, um de 3 e outro de 7 anos.
A repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte, apurou que, em um dos casos mais recentes, Gislane havia terminado o relacionamento abusivo com Sérgio Ricardo. O suspeito levou o filho de 7 anos para a cidade de Serra, na Grande Vitória, para a casa da avó paterna, para forçar Gislane a retomar o relacionamento, usando o filho como forma de pressão.
Gislane reatou acreditando que o suspeito traria o filho dela de volta, e acreditando na mudança de comportamento do companheiro.
A mãe de Gislane conversou com a TV Gazeta. Disse que a filha era agredida pelo marido, em um relacionamento marcado por discussão e ameaças. E deu um conselho para todas as mulheres, apelando que não ocorra o que o aconteceu com a filha dela.
Isabel Barros, irmã de Gislane, disse que recebeu a informação de que antes do crime, a irmã e o assassino estavam em uma festa, onde o homem havia agredido Gislane.
Gilmar da Costa, pai de Gislane pede justiça.
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