Com os mesmos requintes de crueldade, motivação e forma com que matou Bernadete Sousa Braga, de 61 anos, na tarde de quarta-feira (4), o ambulante Antônio Fernandes Silva assassinou outra mulher em Jundiaí, no interior de São Paulo, em 2016. Pelo crime, ele tinha um mandado de prisão em aberto e era procurado pela polícia paulista.
Conforme explicou a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, o acusado se relacionava com essa mulher e, pensando estar sendo traído pela vítima, deu um mata-leão e, em seguida, a matou com golpes de facão.
Após matar, com golpes de facão, a ambulante Bernadete Sousa Braga, de 61 anos, na tarde de quarta-feira (4), o suspeito do crime, Antônio Fernandes da Silva, da mesma idade, tomou banho e se trocou. Em seguida, saiu do apartamento e foi até um amigo, onde confessou o crime e fugiu.
Bernadete foi morta dentro de um apartamento no Centro de Vitória.
Antônio foi preso, no mesmo dia, sentado no meio-fio de uma rua de Porto Novo, em Cariacica. Não tentou fugir e, de forma fria, contou os detalhes do crime à polícia e revelou onde escondeu a arma do crime: debaixo do travesseiro.
De acordo com a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, a vítima - que era casada - mantinha um relacionamento extraconjugal com o acusado há, pelo menos, seis anos.
A família de Bernadete entrou em contato com a reportagem de A Gazeta na manhã desta sexta-feira (6) e negou a informação dada pela polícia de que a vítima se relacionava com o acusado. De acordo com parentes, Antônio apenas trabalhava com a mulher e a relação era de trabalho e amizade.
Em depoimento, o homem confessou que matou Bernadete porque acreditava que a vítima estaria tendo um relacionamento com outro homem. No dia do crime, os dois subiram para o apartamento e, dentro do imóvel, iniciaram uma discussão. Ele então deu um mata-leão que fez a vítima ficar desacordada e, em seguida, pegou o facão e começou a dar golpes no rosto e no tórax.
“Ele relatou no interrogatório que deu um mata-leão, deixou ela desfalecida e aí depois começou a dar golpes de facão tanto no rosto quanto no tórax da vítima para ter certeza de que ela tinha morrido. Ele agiu tranquilo no interrogatório, ainda mencionou que tomou banho e trocou de roupa. Depois guardou o facão embaixo de um travesseiro”, contou a delegada.
Em pesquisas, a delegada descobriu que o acusado tinha um mandado de prisão pelo mesmo crime em Jundiaí, no interior de São Paulo. Ele matou uma mulher, em 2016, ao também acreditar que a vítima tinha um amante.
Antônio Fernandes da Silva deixou uma carta onde pedia perdão aos filhos e à família da vítima. Ele ainda ameaçou ir atrás do suposto homem com quem Bernadete estaria se relacionamento. No entanto, a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, afirma que não há indícios de que a mulher estava realmente se relacionando com outra pessoa.
“Falou que fez porque amava muito ela, o que também é outra coisa muito característica de um feminicida. E apontou a suspeita de traição”, disse a delegada.
No interrogatório, o acusado disse que ficaria por três dias escondido, para fugir do flagrante, e depois voltaria à vida normal.
Na manhã desta quinta-feira (5), Antônio Fernandes da Silva passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. Em sua decisão, a juíza de direito Raquel de Almeida Valinho, afirmou que é possível concluir que existem provas suficientes da existência de crime e fortes indícios que o autuado realmente tenha praticado.
Imagens de segurança do prédio onde Bernadete foi assassinada mostram a vítima e o suspeito do crime entrando no edifício momentos antes do crime.
Na gravação (vídeo acima), a vítima primeiro aparece sozinha esperando o elevador. Uma vizinha chega com seu cachorro e, em seguida, o companheiro da vítima se aproxima. Apesar de serem um casal, os dois mantém um distanciamento. O suspeito, que trabalha como ambulante, foi identificado como Antônio Fernandes da Silva, de 61 anos.
Bernadete não sabia, mas ali ela vivia seus últimos momentos de vida. Um tempo depois, ela foi assassinada dentro do apartamento.
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