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Homem que vendia armas pelas redes sociais é preso em Guarapari

Homem que vendia armas pelas redes sociais é preso em Guarapari

Polícia chegou até o suspeito por meio de denúncias anônimas, porém não encontrou nenhuma arma na residência onde foi cumprido o mandado de busca e apreensão

Publicado em 21 de março de 2025 às 18:49

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Arquivos extraídos de equipamentos eletrônicos do suspeito
No celular de Izamar a polícia encontrou diversas fotos dele portando diferentes armas. (Divulgação | Sesp)
Nayra Loureiro
Estagiária / nvieira@redegazeta.com.br

Denúncias anônimas resultaram na prisão de um homem que portava armas e vendia os armamentos por meio das redes sociais. Izamar Pinheiro de Souza, de 39 anos, foi preso na última terça-feira (18) no bairro Muquiçaba, em Guarapari, e os detalhes da investigação foram divulgados em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (21).

Após a identificação de Izamar, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência dele. No entanto, não havia nenhuma arma no local. Na ocasião, foram encontrados celulares que continham imagens e diálogos que comprovavam a comercialização.

“Ele confessou em ato filmado que vendia as armas e falou que não guardava os materiais em casa. Por esse motivo, disse que a polícia não iria acá-las em poder dele, pois toma cuidados adicionais e obtém a posse da arma somente para retratá-la”, disse o titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), delegado Guilherme Eugênio Rodrigues.

Em depoimento, o suspeito alegou que há muitos estelionatários que republicam a foto das armas de outras pessoas. Por isso, ele precisava se fotografar para que os clientes pudessem ‘confiar’ nele e seguir com a negociação.

“Ele fotografava a arma em seu em poder próprio, posteriormente as guarda em local seguro e inacessível, e quando a arma é efetivamente negociada, ele a entrega”, explicou o delegado. O local onde as armas eram guardadas não foi localizado.

Nesse primeiro momento, a polícia não realizou a prisão, pois Izamar não tinha antecedentes criminais e o crime de comércio ilegal de armas de fogo, embora seja grave, não é violento.

Posteriormente, em novas buscas, foi encontrada uma espingarda calibre 12 que ele havia acabado de fabricar e outros acessórios para armas industriais. Ele foi preso em flagrante e, com base nas novas provas, a Justiça converteu a prisão para preventiva. Izamar Pinheiro de Souza vai responder pelo comércio ilegal de arma de fogo e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

Pista valiosa

Dentre as fotos publicadas por Izamar, uma delas deixava nítido o número de série do armamento
Dentre as fotos publicadas por Izamar, uma delas deixava nítido o número de série do armamento. (Divulgação | Sesp)

Dentre as fotos publicadas por Izamar, uma delas deixava nítido o número de série do armamento. Com base nisso, a polícia constatou que a arma pertencia ao estoque de uma loja de armentos fechada há pelo menos 10 anos pelo Exército Brasileiro, por irregularidades no comércio dos produtos.

“O Exército deu um prazo para que essa loja repassasse o material de forma lícita para outro estabelecimento. Mas não foi isso que aconteceu, pelo menos parte dessas armas a gente já tem a certeza de que foi vendida para o crime”, informou Guilherme Eugênio Rodrigues.

A Polícia Civil já localizou o lojista, que encerrou as atividades, mas não soube explicar o que fez com as 240 armas legais que possuía. Além disso, as investigações apontaram que algumas das armas da loja já foram apreendidas por policiais em operações no Estado.

“Temos bons elementos para acreditar que todas elas foram vendidas de forma ilegal, já que não é possível vender uma arma legalmente sem a autorização do Exército ou da Polícia Federal. Uma delas para o Izamar, já as outras chegaram às mãos de traficantes e assassinos que foram presos e tiveram as armas apreendidas”, concluiu o delegado.

Agora, a investigação segue em andamento para apurar a responsabilidade do lojista. Ele segue em liberdade, mas deverá responder pelo crime de comércio ilegal de armas de fogo.

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