Uma mulher de 64 anos foi autuada por injúria racial qualificada e levada para o Centro de Triagem de Viana após xingar e insultar verbalmente, utilizando expressões homofóbicas, os proprietários do restaurante "A Oca", localizado no Centro de Vitória, na tarde do último sábado (7). Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), a idosa foi liberada do presídio no domingo (8) em função de uma decisão judicial.
"Todo 'viado' é odiado", "eu vou fechar seu restaurante e colocar ele no inferno", "minha vontade é de encher vocês de porrada". Essas foram algumas das frases ditas pela idosa ao se referir a Fabrício Costa e Caio Cruz. Os dois são casados e há dois anos têm um restaurante. Segundo eles, que denunciaram o caso à Polícia Civil e também registraram as ofensas em um áudio, o problema teria começado quando o restaurante estava em pleno funcionamento.
"A nossa supervisora tentou explicar a ela, enquanto recebia gritos e ouvia insultos, o que causou constrangimento a todos os presentes e aos funcionários. Ao sair, a senhora derrubou e quebrou a nossa placa", disse Fabrício em uma nota publicada nas redes sociais do restaurante.
Diante do comportamento alterado da idosa, Fabrício contou que ele e Caio decidiram conversar com ela, que a esta altura, já havia saído do restaurante. No entanto, segundo os proprietários, a idosa não só passou a proferir expressões de cunho homofóbico contra o casal, como também tentou agredi-los fisicamente e precisou ser segurada por uma testemunha.
"Ela disse que nós éramos imundos e que estávamos sujando a escadaria do Rosário [local onde está localizada a igreja Nossa Senhora do Rosário], que gente imunda como nós não podia ficar ali naquele lugar sagrado. Disse também que ela usaria contatos importantes para fechar nosso restaurante", lembrou Fabrício.
A Polícia Militar foi acionada por Caio e Fabrício. Mas, segundo eles, mesmo diante dos policiais, a mulher seguiu fazendo as ofensas, ainda que em um tom mais calmo.
"Quando viu a polícia, ela ficou mais educada, mas continuou falando com os policiais que não tinha feito nada, que éramos gente de baixo nível, mentirosos, pessoas sujas, que estavam invadindo a escadaria. Mesmo na delegacia ela continuou com os insultos", pontuou Fabrício.
Em nota, a PM explicou que além de as vítimas terem gravado vídeos da atitude da mulher, outras pessoas que estavam no local testemunharam os fatos. A idosa negou as acusações e disse ter entrado no estabelecimento apenas querendo saber de que era o carro que atrapalhava o trânsito.
No entanto, como os proprietários do restaurante decidiram representar contra ela, todos foram levados para a Delegacia Regional de Vitória. Lá, segundo a Polícia Civil, a mulher foi autuada.
O nome da mulher não foi divulgado pela polícia. Caio e Fabrício também preferiram não expor a identidade dela nas redes sociais, onde publicaram uma nota de repúdio contra a violência que sofreram, e nem em entrevista. Agora, os empresários pretendem ingressar na Justiça para processar a idosa nas esferas cível e criminal.
"Eu espero que ela responda na Justiça pelos crimes que ela cometeu. O maior dano que ela causou foi à nossa honra, à nossa imagem. Somos pessoas extremamente trabalhadoras e responsáveis. Viemos do interior para Vitória, começamos muito de baixo e passamos por muitas dificuldades para conseguirmos o que temos. Faremos o que for possível para defender o nosso negócio e a nossa honra", ressaltou Fabrício.
Com informações de Gabriela Martins, da TV Gazeta e de Maira Mendonça, do G1ES
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