Vinte reais. Foi por esta quantia que a jovem, identificada pela polícia apenas pelas iniciais R.B.B, tirou a vida do aposentado Manoel Roela sobrinho, de 87 anos, no último dia 30 de março. O crime ocorreu na casa do aposentado, situada no bairro Campinho da Serra II, na Serra. A mulher de 21 anos tirou a vida do idoso com pelo menos 16 facadas após ele se recusar a entregar a quantia, segundo as investigações do caso.
Após o latrocínio – roubo seguido de morte – ela fugiu para a casa do familiar no bairro Santo Antônio, em Vitória, e por lá ficou escondida até ser encontrada pela polícia na última sexta-feira (21). Nesta terça-feira (26), a Polícia Civil deu detalhes do crime. "Em tese, seu Manoel foi morto por causa de 20 reais", disse o delegado Gianno Trindade, que esteve à frente do caso.
Nas palavras do delegado, foi um assassinato brutal e premeditado pela assassina confessa. O chefe da Delegacia de Segurança Patrimonial explicou ainda que a vítima e a mulher mantinham um caso amoroso de anos.
"Na investigação, descobrimos que esse senhor mantinha relações sexuais com uma mulher de 21 anos e que ele pagava por isso. Então, de imediato fomos até ela. Na sequência, ela confessa o crime já na presença de um advogado, mas dando a própria versão. Na versão dela, naquele dia ela saiu de um bar, estava bêbada, precisava de dinheiro e foi até a casa do seu Manoel para pedir R$ 20 reais. Teria então iniciado uma discussão porque ele negou a quantia. Ela alega que o idoso a segurou pelo pescoço, tendo uma agressão. Para se defender, ela pega uma faca, que estranhamente estava no sofá, e agride o senhor na região do pescoço e do ombro", disse o delegado, contestando a explicação.
O titular da Delegacia de Segurança Patrimonial salientou que a versão da jovem contradiz o que indica o laudo cadavérico do corpo do idoso. Segundo Gianno Trindade, foram muitos golpes e sem possibilidade de defesa.
"Ao todo, foram mais de 16 facadas, sendo 8 somente na nuca. Ninguém tem possibilidade de reação sendo atacado por trás. A versão dela é uma história furada. Ela foi sabendo que ele tinha o dinheiro. A denúncia anônima que recebemos desse caso, inclusive, relata que ela falava na rua que precisava do dinheiro", contou o delegado.
"Ela alega que a briga começou como uma legítima defesa, mas com as investigações muito bem conduzidas, passamos para um latrocínio com requintes de crueldade", complementou o delegado Gabriel Monteiro, chefe da Divisão Patrimonial, que também esteve na coletiva.
Nos depoimentos colhidos com familiares, vizinhos e a própria mulher, a polícia descobriu que a jovem e Manoel tinham relações há anos, sempre mediante pagamento de valores. Por isso, a jovem conhecia os hábitos do aposentado, sabia inclusive sobre a situação financeira da vítima.
"Ela tinha um histórico de relacionamento amoroso, mediante pagamento com a vítima, e todo mundo sabia disso. É importante destacar que se tratou de um crime ocorrido no dia 30 de março, final de mês, quando geralmente se recebe salário e aposentadoria. Ela teve a clara intenção de matar e subtrai os bens do senhor. Ela confessa ter levado R$ 200 reais em espécie, o celular ela alegou ter descartado, bem como encontramos muitos documentos espalhados pela vizinhança do Manoel. Ela levou a carteira dele e no caminho foi jogando tudo fora", detalhou Gianno.
A acusada de 21 anos está presa em prisão preventiva de 30 dias e por este motivo não teve o nome informado. Nas investigações a polícia ainda descobriu que a mulher já esteve presa quando adolescente por tentativa de homicídio. Além disso, a jovem começou a se relacionar com a vítima ainda quando adolescente.
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