Um assassino frio. Assim pode ser definido o cadeirante Rafael Dias Santos, de 32 anos, que confessou ter assassinado a marretadas dois idosos em uma casa de reabilitação para dependentes químicos no fim da noite desta segunda-feira (26), no bairro Morada da Barra em Vila Velha.
Preso em flagrante na manhã desta terça-feira (27), ele contou em entrevista à TV Gazeta como tirou a vida dos idosos Almir Ribeiro Sena, de 65 anos, e Odorico de Almeida Neves, de 83 anos. Após golpear e tirar a vida dos dois homens, Rafael dormiu tranquilamente na cama dele, posicionada entre as das vítimas.
Na sequência, Rafael ainda detalhou a brutalidade com que tirou a vida dos companheiros de quarto. Não satisfeito em matar, ele desferiu golpes com a marreta com as vítimas já inconscientes.
"Na hora que chamei ele (Almir), ele olhou para mim e dei a primeira marretada na cabela dele, umas 10, 15. Aí o outro, meio sonolento, o 'Seu Odorico, acordou. Aí eu puxei a cama para passar no meio, chamei por ele, e quando ele disse 'oi' eu já dei a primeira na cara dele. Depois fui e joguei o cobertor na cara dele para sufocar ele logo", disse de forma fria o assassino confesso.
Rafael morava no local há cerca de dois meses, onde tentava se livrar do vício em crack e outras drogas. Já os dois idosos assassinados moravam no local e buscavam se tratar do alcoolismo. Cada um deles foi morto por pelo menos dez golpes de marreta na cabeça.
O assassino confesso foi preso pela Polícia Militar e foi levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha para prestar depoimento. Ainda no local do crime, ele disse que acordou Almir e Odorico antes de matá-los, mas a polícia acredita que as vítimas tenham sido mortas enquanto dormiam, visto a limitação física de Rafael. A perícia da Polícia Civil apontará exatamente como os dois foram executados.
O cadeirante disse que matou os dois idosos porque, segundo ele, era constantemente ameaçado pela dupla, mas em momento algum especificou como eram as ameaças que ele dizia sofrer.
O pastor evangélico e coordenador do projeto que atende pessoas em reabilitação, Júlio César, ficou em choque ao se deparar com os corpos no andar de baixo. Além das duas vítimas e do assassino que moravam no térreo, no andar de cima, vivem outras seis pessoas em tratamento e ninguém escutou por gritos ou pedidos de socorro.
"Estou me controlando à base de remédios. Trabalho nesta área há 22 anos e nunca aconteceu isso. Sabia que ele (Rafael) era usuário de drogas e estava na rua. Foi então que um pastor amigo meu trouxe ele para cá porque casa de reabilitação nenhuma o aceita porque ele é cadeirante. Então resolvemos abraçar esta causa", contou o religioso.
Os corpos de Almir e Odorico foram periciados no local do crime e levados para o Departamento Médico Legal (DML), em Vitória. Na saída da viatura que conduziu do local do crime até a delegacia, Rafael foi chamado de "assassino" pelos moradores próximos da casa de reabilitação.
Além de usuário de drogas, Rafael já possuía duas passagens pela polícia por roubo de acordo com informações repassadas pela Secretaria de Estado da Justiça. O caso será investigado pela DHPP de Vila Velha.
Com informações de Daniela Carla, da TV Gazeta
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que Rafael Dias Santos foi conduzido à Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. "Em depoimento formal, o suspeito de 32 anos confessou o crime e, com frieza, afirmou não ter arrependimento", diz o texto.
A PC também informou que "o detido foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e dificuldade de defesa das vítimas" e levado para o Centro de Triagem de Viana, onde passará por audiência de custódia. A marreta utilizada no crime foi apreendida e encaminhada para a perícia.
Por fim, a corporação afirmou que "os corpos das vítimas, de 62 e 79 anos, foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para serem liberados para os familiares e para ser feito o exame cadavérico, que apontará a causa da morte".
Anteriormente, a reportagem informou que as vítimas tinham 65 anos e 83 anos, mas, de acordo com a Polícia Civil, as idades corretas são: 62 e 79 anos. O texto foi corrigido.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta