Obtida por A Gazeta, a decisão judicial que culminou na prisão de dez advogados presos suspeitos de serem "pombos-correios" de traficantes mostra quem são esses profissionais e qual seria a função de cada um deles no esquema. Investigações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) concluíram que eles usavam de prerrogativas da advogacia para passar recados entre integrantes da facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV) que estão dentro e fora dos presídios.
Veja a identificação dos advogados presos e suas funções, conforme decisão do juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, baseada na denúncia feita pelo Ministério Público do Espírito Santo:
Há ainda um mandado de prisão contra outro advogado, Marco Aurelio de Souza Rodrigues, alvo da operação desta sexta-feira (4) que se encontra foragido. Consta na decisão judicial que no telefone dele foi encontrado um grupo no WhatsApp denominado "ADVOGADOS UNIDOS" contendo 11 integrantes e criado por Diego do Amaral Leal após a deflagração da Operação Armistício, em 19 de julho de 2021.
A defesa de Davi Dickson Meroto Lamas Pereira solicitou um habeas corpus visando a "transferência do paciente para prisão domiciliar, mediante o uso de tornozeleira eletrônica ou qualquer outra medida cautelar alternativa à prisão", mas o pedido foi indeferido pela Justiça.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) deflagrou, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Operação TIES – com objetivo de cumprir 11 mandados de prisão preventiva contra advogados. Os alvos são suspeitos, segundo o MPES, de atuarem como "pombos-correios" para lideranças da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).
A investigação foi instaurada pelo Gaeco para apurar as ações delituosas praticadas por advogados que se utilizam indevidamente de prerrogativas da advocacia para atuar na transmissão de mensagens ilícitas entre integrantes do PCV.
De acordo com o MPES, ficou constatado que esses advogados, segundo as investigações, viabilizam a manutenção do poder e gestão de lideranças de grupos criminosos sobre os crimes perpetrados, em relação a tráfico de entorpecentes, aquisição e porte de armamentos e munições, execução e planejamento de crimes de homicídio.
A denúncia foi recebida pela Justiça, que decretou a prisão preventiva dos réus e determinou a suspensão do exercício da advocacia. Dentre os crimes imputados estão os de integrar organização criminosa e tráfico de drogas. Os autos tramitam perante a 1ª Vara Criminal de Viana.
A reportagem de A Gazeta procurou a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo, em busca de um posicionamento, e tenta localizar a defesa dos presos. O texto será atualizado.
Após a publicação desta matéria, a defesa de Davi Dickson Meroto Lamas Pereira solicitou um habeas corpus visando a "transferência do paciente para prisão domiciliar, mediante o uso de tornozeleira eletrônica ou qualquer outra medida cautelar alternativa à prisão", mas o pedido foi indeferido pela Justiça. O texto foi atualizado.
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