"Ele é muito frio. Tenho medo da frieza dele. Como ele dormiu com o meu sobrinho, sendo que matou a mãe dele?" O desabafo indignado é de Viviane, irmã gêmea de Vivian Lima de Almeida, de 29 anos, morta em julho. Nesta quarta-feira (02) o principal suspeito do crime, Thiago Cruz, de 36 anos, foi solto. Ele estava preso há um mês.
Viviane recebeu com preocupação a notícia de que o ex-cunhado ganhou direito à liberdade. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou, por nota, que Thiago "foi liberado no dia 2 de setembro de 2020, após vencimento da prisão temporária". A Polícia Civil, no entanto, diz que fez o pedido de prorrogação da prisão temporária do suspeito.
"Tenho medo do que ele pode fazer. Ele pode matar mais uma pessoa, até mesmo o meu sobrinho ele pode matar. Agora mesmo que eu não vou conseguir dormir, porque ele vai estar na rua. E meu sobrinho? A gente vai ter que entregar meu sobrinho para ele? Se ele matou a mãe do filho dele, pode matar qualquer outra pessoa", lamentou Viviane.
A Polícia Civil informou que fez o pedido de prorrogação da prisão temporária do suspeito. "A Polícia Civil informa que, por meio da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM), foi representado pela prorrogação da prisão temporária do suspeito, pois laudos periciais e diligências imprescindíveis ao caso ainda precisam ser realizados. Informações sobre mandado de prisão devem ser solicitadas ao poder judiciário, onde, neste momento, estão tramitando os autos do inquérito policial", diz a nota da PC.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado, que informou que o pedido de prorrogação da prisão temporária foi negado. O motivo, segundo consta da decisão, é que aparentemente não haveria relação entre o êxito das investigações e a manutenção da prisão, ou seja, a Justiça não considerou que a soltura do suspeito atrapalharia a produção de provas. Diante disso, ele passa a responder ao processo em liberdade. Confira trecho da decisão do magistrado Douglas Demoner Figueiredo:
"Esclareça que não se nega a gravidade e repercussão do crime praticado, tampouco as razões invocadas pela Autoridade Policial, mas, resta a impressão de que a prorrogação da temporária visa tão somente mantê-lo preso sem conexão com êxito das diligências investigativas. Com efeito, não se mostra justificável a prorrogação da custódia temporária do representado, já que a medida não tem como objetivo preservar a colheita de elementos indiciários".
Vivian foi encontrada morta em casa no dia 28 de julho, no bairro Araçás, em Vila Velha, local para onde havia se mudado há poucos dias. A vítima foi espancada até a morte.
Inicialmente, a Polícia Civil e os familiares de Vivian descartaram que Thiago tivesse sido capaz de tirar a vida da ex-mulher. As investigações e as provas coletadas, contudo, levaram à prisão dele em agosto.
Imagens de câmeras do bairro onde aconteceu o crime mostram que a última pessoa a entrar na casa de Vivian havia sido Thiago, na segunda-feira (28), um dia antes dela ter sido encontrada morta. Lá, ele permaneceu por 1h30. À polícia, ele admitiu que esteve na casa da ex-mulher, mas negou a autoria do crime.
Vivian e o ex-companheiro tiveram um filho - o menino tem 8 anos - e mantinham boa relação, além de nunca ter havido suspeita de violência doméstica ou qualquer outro tipo de agressão. A autônoma, inclusive, já estava em outro relacionamento. Já Thiago, estava noivo de outra mulher. A polícia ainda não sabe o que motivou o crime.
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