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Irmão narra drama ao achar corpos de crime brutal em São Domingos do Norte

Irmão narra drama ao achar corpos de crime brutal em São Domingos do Norte

O pedreiro José Olmo contou como encontrou a cena do crime; ele é irmão de Flávio Sandro Olmo, de 42 anos , que matou a mulher e os três filhos antes de tirar a própria vida

Publicado em 15 de junho de 2021 às 20:35

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À esquerda, o assassino Flávio Sandro Olmo, de 42 anos, com a família; à direita, o irmão, o pedreiro José Olmo
À esquerda, o assassino Flávio Sandro Olmo, de 42 anos, com a família; à direita, o irmão, o pedreiro José Olmo. (Reprodução / João Henrique Castro)

Sem conseguir conter a tristeza e as lágrimas, o pedreiro José Olmo, irmão de Flávio Sandro Olmo, de 42 anos — que matou a mulher e os três filhos antes de tirar a própria vida na madrugada desta terça-feira (15) — contou ao repórter João Henrique Castro sobre como encontrou a cena do crime. Com a voz embargada, o pedreiro relatou que a sobrinha mais nova, Anelise de Souza Olmo, de 4 anos, ia à casa deles todos os dias pela manhã.

O crime aconteceu em São Domingos do Norte, na Região Noroeste do Espírito Santo. "Minha sobrinha mais nova ia todo dia lá em casa por volta das 6h. Hoje perguntei para as coleguinhas se ela já tinha chegado, mas elas afirmaram que a Anelise não tinha ido para a escola. Quando deu 8h da manhã, resolvi abrir o portão da casa para olhar. Nem lembro do que senti", relembrou José.

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Agora fico pensando... Ela ia lá em casa todos os dias e, agora, nunca mais vai

José Olmo
Pedreiro e irmão de Flávio, autor do crime
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O pedreiro, que foi quem encontrou os corpos, citou que o irmão teve depressão, mas que foi há muitos anos e que Flávio havia tratado a doença, inclusive com medicação. "Hoje ele não tomava mais nenhum remédio. Na época, ele tratou. Agora não sei o que deu. É muito triste mesmo, ele parecia estar normal. Chegava lá em casa e saía, não comentava nada", disse.

José Olmo, pedreiro e irmão do Flávio
José Olmo, pedreiro e irmão do Flávio. (João Henrique Castro)

A Polícia Civil apontou que o casal, Flávio e Eusivânia Marcelino de Souza, estava em processo de separação e que essa pode ter sido a causa do crime, mas disse que ainda vai apurar outras motivações. O delegado Rafael Caliman afirma ainda que a polícia vai recolher os celulares de pessoas da família para seguir com as apurações do caso.

“O casal estava em fase de separação e o marido teve uma série de problemas de depressão no passado. Acreditamos que ele tenha tido um agravamento nesse quadro e cometido essa barbárie”, relata o delegado Rafael Caliman, responsável pelas investigações.

Carros de funerárias saíram com os cinco corpos, às 19h30, do Serviço Médico Legal (SML) de Colatina, com destino a São Domingos do Norte. O velório será no Ginásio de Esportes do município.

"FAMÍLIA ESTÁ MUITO ABALADA", DIZ SOBRINHO DE EUSIVÂNIA

Welington Souza, gerente de produção e sobrinho da Eusivânia, também conversou com a reportagem de A Gazeta sobre o crime. Ele afirmou que a família, que é muito próxima e unida, está completamente abalada.

"Sempre víamos ele andando na rua e ele sempre foi muito alegre, brincalhão, um paizão presente. Ninguém esperava chegar em uma manhã dessa e se deparar com isso. É triste, e a família está bem abalada", confessou.

Welington Souza, gerente de produção e sobrinho da Eusivânia
Welington Souza, gerente de produção e sobrinho da Eusivânia. (João Henrique Castro)

O CRIME

Por volta das 7h30 da manhã desta terça-feira (15), José Olmo estranhou que uma das suas sobrinhas não havia passado em sua casa, como fazia diariamente. Ele foi até a casa do irmão Flávio Sandro Olmo, de 42 anos, ver o que havia acontecido e se deparou com a família morta.

De acordo com informações da Polícia Militar, Flávio aguardou a família adormecer e, em posse de uma marreta, teria desferido golpes na cabeça da mulher e dos três filhos. E teria se matado em seguida.

As vítimas estavam em três cômodos diferentes. Os filhos mais novos Anelise de Souza Olmo, de 4 anos, e Ítalo de Souza Olmo, de 8 anos, em um quarto, em uma cama beliche; a filha mais velha, Lais de Souza Olmo, de 18 anos, sozinha, em outro quarto; e a esposa Eusivania Marcelino de Souza, de 40 anos, no quarto do casal.

Crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (15) em São Domingos do Norte
Crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (15) em São Domingos do Norte. (TV Gazeta | Reprodução)

OS MORTOS

CIDADE ESTÁ EM CHOQUE

A morte da família inteira chocou os moradores do município. A Prefeitura de São Domingos do Norte informou que vai decretar luto de três dias. Vizinhos da família relataram à reportagem da TV Gazeta Noroeste estarem chocados com o ocorrido.

O clima no município, de quase 9 mil habitantes, é de perplexidade. Em conversa com a reportagem de A Gazeta, a prefeita de São Domingos do Norte, Ana Izabel, afirmou que o sentimento é de perda de uma família muito querida.

"A cidade está em luto, estamos de luto. O sentimento é de perda de uma família muito linda, muito querida. Todos conheciam eles da igreja. Vamos decretar luto de três dias", afirmou.

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