Uma semana após a morte de um italiano na Vila de Itaúnas, no litoral de Conceição da Barra, Norte do Espírito Santo, o crime ganhou novos capítulos e segue cercado de mistérios. Gabriele Gigli, 64 anos, foi encontrado morto no quintal da própria casa com sinais de violência no corpo. Dias depois do caso, o suspeito de matar a vítima teria sido linchado e morto, segundo o delegado Isaac Gagno.
Famosa pela tranquilidade, o forró e as belezas naturais, a Vila de Itaúnas é um importante destino turístico do litoral capixaba. Com características pacatas, a pequena localidade teve sua rotina alterada depois da partida de Gigli. Moradores relataram um clima de insegurança, revolta e medo. Além disso, a morte de Gabriele gerou muita comoção. O italiano havia se mudado para o Brasil há dois anos e era muito querido por todos.
Inicialmente, a Polícia Civil informou que o caso teria sido registrado como latrocínio roubo que resultou na morte da vítima. Mas no decorrer das investigações, as circunstâncias apontam para um crime passional.
O delegado destacou ainda que o autor teria usado uma pedra para matar Gabriele. O instrumento ao que tudo indica é uma pedra, as lacerações, no corpo indicam isso. Havia uma pedra no local. O laudo de exame cadavérico vai confirmar isso, afirmou. (Veja abaixo a entrevista com o delegado responsável pelas investigações)
Com o avanço das investigações no caso, o delegado Isaac Gagno pediu um mandado de prisão contra o suspeito, um homem de 39 anos. De acordo com a polícia, o homem é nativo de Itaúnas e também é conhecido na região. Mas antes de ser detido pela polícia, ele teria sido linchado e morto.
O autor, ao que tudo indica, pode ter morrido por uma comoção que houve no local. O Gabriele era uma pessoa muito querida e a população tentou linchar esse autor do homicídio, relatou o delegado com base no depoimento de testemunhas.
Apesar de várias testemunhas apontarem que o homem está morto, para a polícia ele ainda é considerado foragido. Fato hoje é que ele se encontra desaparecido com prisão decretada. Ele é foragido da Justiça, mas tudo indica que ele foi morto. Temos até testemunhas que viram ele sendo baleado. Só que o corpo ainda não foi encontrado. Até lá, ele é dado como desaparecido, reforçou o responsável pelas investigações.
O delegado explicou que ainda não é possível abrir um procedimento de homicídio para o caso do homem, mas as investigações do ocorrido estão em andamento.
Nas redes sociais, relatos da morte do homem se multiplicaram. Fotos do suspeito baleado chegaram a circular por grupos em aplicativos de mensagem. Apesar disso, e dos depoimentos dando conta da morte, a polícia ainda trata o homem como desaparecido e foragido.
A morte do italiano no Espírito Santo teve repercussão internacional. A notícia foi publicada em jornais do país de origem de Gabriele Gigli. O homem era natural de Cesena, município de cerca de 100 mil habitantes na região da Emilia-Romagna. Segundo a imprensa italiana, Gigli era divorciado e tinha uma filha e uma irmã na Itália.
Ele se mudou para o Brasil após a morte do pai. Gigli teria escolhido o país por conhecer outros italianos que poderiam contribuir com a sua adaptação.
De acordo com o diário Corriere Romagna, Gigli era um homem de "espírito livre e inquieto", bem como tinha "ideias e um estilo de vida alternativo". O período afirmou ainda que ele trabalhou em bares e restaurantes quando vivia em seu país natal.
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