Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 20:11
Uma semana após a morte de um italiano na Vila de Itaúnas, no litoral de Conceição da Barra, Norte do Espírito Santo, o crime ganhou novos capítulos e segue cercado de mistérios. Gabriele Gigli, 64 anos, foi encontrado morto no quintal da própria casa com sinais de violência no corpo. Dias depois do caso, o suspeito de matar a vítima teria sido linchado e morto, segundo o delegado Isaac Gagno.
Famosa pela tranquilidade, o forró e as belezas naturais, a Vila de Itaúnas é um importante destino turístico do litoral capixaba. Com características pacatas, a pequena localidade teve sua rotina alterada depois da partida de Gigli. Moradores relataram um clima de insegurança, revolta e medo. Além disso, a morte de Gabriele gerou muita comoção. O italiano havia se mudado para o Brasil há dois anos e era muito querido por todos.
Inicialmente, a Polícia Civil informou que o caso teria sido registrado como latrocínio roubo que resultou na morte da vítima. Mas no decorrer das investigações, as circunstâncias apontam para um crime passional.
Isaac Gagno
Delegado tiular da Delegacia de Conceição da BarraO delegado destacou ainda que o autor teria usado uma pedra para matar Gabriele. O instrumento ao que tudo indica é uma pedra, as lacerações, no corpo indicam isso. Havia uma pedra no local. O laudo de exame cadavérico vai confirmar isso, afirmou. (Veja abaixo a entrevista com o delegado responsável pelas investigações)
Com o avanço das investigações no caso, o delegado Isaac Gagno pediu um mandado de prisão contra o suspeito, um homem de 39 anos. De acordo com a polícia, o homem é nativo de Itaúnas e também é conhecido na região. Mas antes de ser detido pela polícia, ele teria sido linchado e morto.
O autor, ao que tudo indica, pode ter morrido por uma comoção que houve no local. O Gabriele era uma pessoa muito querida e a população tentou linchar esse autor do homicídio, relatou o delegado com base no depoimento de testemunhas.
Apesar de várias testemunhas apontarem que o homem está morto, para a polícia ele ainda é considerado foragido. Fato hoje é que ele se encontra desaparecido com prisão decretada. Ele é foragido da Justiça, mas tudo indica que ele foi morto. Temos até testemunhas que viram ele sendo baleado. Só que o corpo ainda não foi encontrado. Até lá, ele é dado como desaparecido, reforçou o responsável pelas investigações.
O delegado explicou que ainda não é possível abrir um procedimento de homicídio para o caso do homem, mas as investigações do ocorrido estão em andamento.
Nas redes sociais, relatos da morte do homem se multiplicaram. Fotos do suspeito baleado chegaram a circular por grupos em aplicativos de mensagem. Apesar disso, e dos depoimentos dando conta da morte, a polícia ainda trata o homem como desaparecido e foragido.
A morte do italiano no Espírito Santo teve repercussão internacional. A notícia foi publicada em jornais do país de origem de Gabriele Gigli. O homem era natural de Cesena, município de cerca de 100 mil habitantes na região da Emilia-Romagna. Segundo a imprensa italiana, Gigli era divorciado e tinha uma filha e uma irmã na Itália.
Ele se mudou para o Brasil após a morte do pai. Gigli teria escolhido o país por conhecer outros italianos que poderiam contribuir com a sua adaptação.
De acordo com o diário Corriere Romagna, Gigli era um homem de "espírito livre e inquieto", bem como tinha "ideias e um estilo de vida alternativo". O período afirmou ainda que ele trabalhou em bares e restaurantes quando vivia em seu país natal.
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