O jovem encontrado morto em Presidente Kennedy no último domingo (21) tinha acabado de conseguir uma vaga de internação para tratar o vício nas drogas e os transtornos mentais. Isso é o que relata a família de João Vitor Borges da Silva, de 21 anos, que estava desaparecido desde o dia 12 de janeiro e foi encontrado já sem vida.
Em entrevista ao repórter Matheus Passos, da TV Gazeta Sul, a família relatou que João Vitor Borges da Silva, morador da comunidade de Boa Esperança, em Presidente Kennedy, era usuário de drogas e sofria com transtornos mentais.
Segundo a família, no dia 15 de janeiro, eles souberam que a vaga para a internação tinha sido liberada na sexta-feira anterior, dia 12 de janeiro, mesmo dia em que o jovem desapareceu.
Após desaparecer, João começou a ser visto por moradores da comunidade de Jaqueira, no mesmo município. Nesse intervalo, segundo a família, foi quando começou a circular nos grupos da cidade mensagens com ameaças de agressão. As mensagens são investigadas pela Polícia Civil, com o objetivo de averiguar se há alguma relação com a morte do jovem.
O corpo de João Vitor foi encontrado na tarde do último domingo (21), em uma área de restinga na Praia das Neves, em avançado estado de decomposição. A família, que já procurava em diversas localidades, relata que escolheu passar por lá porque outros corpos já foram encontrados no local. “A gente já estava fazendo buscas por ele lá na redondeza de Jaqueira, fomos em Praia das Neves inclusive, só não tinha passado por esse caminho ainda”, relata uma irmã do jovem, que preferiu não se identificar.
Na manhã desta terça-feira (23), a família ainda aguardava o corpo ser liberado no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim.
Segundo a família, João por muito tempo se recusou a aceitar a internação, mas estava decidido a buscar ajuda.
A família que já lutava pela recuperação do jovem, agora conta que precisa lidar também com o trauma de ter encontrado o corpo do familiar em estado crítico. “Já fica a dor da perda e, por a gente ter encontrado ele, o sofrimento agora é em dobro. Fica uma imagem horrível que a gente viu. O que eu vi lá eu não desejo para ninguém. Foi muito doloroso”, lamenta.
A Polícia Civil agora investiga a morte João Vitor. De acordo com o titular da Delegacia de Presidente Kennedy, delegado Thiago Viana, a principal linha de investigação é que a morte tenha relação com mensagens de ódio, com ameaças de agressão, que circulavam em um grupo da cidade.
Segundo o delegado, o grupo em que as mensagens circularam conta com mais de 800 pessoas. As ameaças de agressão começaram após divulgarem que um jovem com características da vítima estaria invadindo casas da região, alegando que precisava de dinheiro, o que ainda não foi confirmado pela Polícia Civil.
Procurada, a PCES informou, nessa segunda-feira (22), que o caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Presidente Kennedy e, até o momento, nenhum suspeito foi detido.
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