Após uma hora e meia fazendo uma criança refém, o jovem de 17 anos, que invadiu uma escola armado com uma faca, em Terra Vermelha, Vila Velha, se entregou à polícia. Ele, que alegou ter abusado do uso de medicamentos, foi encaminhado para um hospital da região. Já a criança, de 9 anos, foi amparada pela família. O caso aconteceu na Unidade Municipal de Ensino Fundamental (Umef) Professor Paulo César Vinha, escola conhecida na região como Caic de Terra Vermelha.
De acordo com a polícia, o jovem, que é ex-aluno da escola, entrou no local pela porta da frente, pouco antes das 14h. Ele subiu até o segundo andar e entrou em uma sala de aula aleatoriamente, onde estavam 22 crianças.
"Eu estava sentada, lendo um livro para as crianças. Ele chegou do meu lado, enfiou a mão atrás. Quando eu vi que era uma faca, eu caí no chão. Comecei a me arrastar para a fora, as crianças correndo. Ele ficou o tempo todo com a faca na mão tentando pegar uma criança", contou Manoelita Rodrigues Alves, professora que estava na sala de aula invadida pelo jovem.
Manoelita contou que a menina de 9 anos, feita refém pelo ex-aluno, tropeçou na hora de correr. Ele então pegou ela pelo pé e a segurou. A partir daí, foram aproximadamente uma hora e meia de negociação com a polícia. Inicialmente, a conversa foi feita pela polícia militar, até a chegada de um negociador da Companhia Independente de Missões Especiais (CIMEsp).
O cabo Leopoldino, da Cimesp, foi o responsável pela negociação. Ele contou que a conversa durou cerca de 30 minutos e que foi difícil estabelecer um diálogo com o jovem, que dizia estar sob efeito de medicamentos.
"É um jovem com um histórico de problemas psicológicos, faz uso de remédio controlado, o que tornava a negociação mais delicada. A grande dificuldade da negociação era isso, porque ele não mantinha um diálogo, tinha esse estado dele de alteração. Mas conseguimos fazer com que ele entendesse que aquela circunstância que ele causou não mudaria uma situação que ele estava passando e ele acabou se entregando", declarou.
O jovem também contou à polícia que o alvo dele era a professora. Ele chegou a relatar uma situação do passado com uma professora, que o desencorajou de estudar.
"Ele relatou que teve uma professora que uma vez disse que ele nunca conseguiria realizar o sonhos dele de se tornar militar. Então ele estigmatizou essa figura da professora por causa desta situação antiga", contou o cabo Leopoldino.
Por volta das 15h30, o jovem saiu da escola em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele seguiu para um hospital, onde passaria por um diagnóstico médico e depois seria encaminhado para a Delegacia Regional de Vila Velha. A criança foi liberada e amparada pelos pais.
Em nota, a Prefeitura Municipal de Vila Velha, por meio da Secretaria de Educação, informou que o adolescente de 17 anos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Antônio Bezerra de Faria. Já a aluna, foi liberada e está acompanhada de familiares. As aulas na escola vão voltar a normalidade no período noturno ainda nesta quarta-feira (30).
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