Quase três meses de relacionamento, o término e um afastamento marcado por ameaças que culminaram em uma garrafada na cabeça no último domingo (24), na Praia do Canto, em Vitória. A jovem Victória Vescovi Nogueira Pimentel, de 20 anos, denunciou à Polícia Civil a agressão cometida pelo ex-namorado e pede justiça para ele ser preso.
Victória estuda Psicologia e é moradora de Vila Velha. Ela teve um relacionamento de três meses com um jovem de 21 anos, morador de Vitória. Segundo ela, após colocar um fim na relação, tem sido perseguida. “Tem um mês que terminamos e, desde então, ele já foi no meu trabalho, hackeou minhas redes sociais, meu e-mail e ficava vendo meus recibos de transporte por aplicativo para saber em qual lugar eu estava indo”, relata.
No último domingo (24), Victória estava com um amigo em um bar localizado na região do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, em Vitória, quando ocorreu a agressão. “Ele ficou me coagindo o tempo todo. Quando saí do local e estava indo embora, ele estava me esperando na rua e veio por trás de mim, com toda força, e pocou uma garrafa de vidro na minha cabeça, tudo pelas minhas costas”, relembra a jovem.
O fato é descrito no boletim de ocorrência registrado por Victória e dá conta de que o amigo dela também acabou atingido na mão. Após a agressão, o ex-companheiro da jovem fugiu do local e ela foi levada ao Pronto Atendimento da Praia do Suá. No dia seguinte, após a alta, ela se dirigiu à delegacia com a mãe para registrar o boletim e pedir medida protetiva de urgência.
“Desde quando cheguei na delegacia, havia muitas mulheres, todas com as medidas protetivas descumpridas e os homens soltos”, desabafa a estudante.
Victória teve o pedido de medida protetiva de urgência concedido pela Justiça. A decisão afirma que "o relato da ofendida, que possui especial valor em caso de violência doméstica, demonstra a necessidade de proteção priorizada, vez que vítima de agressões capazes de provocar grave prejuízo físico e emocional".
Em virtude disso, determina que o ex-companheiro dela não se aproxime em um raio de 500 metros, não faça contato com Victória por qualquer meio de comunicação e busque acompanhamento psicossocial. Além disso, a medida protetiva destaca ser obrigatória a presença do jovem nos encontros promovidos pelo projeto "Homem que é homem". O nome do suspeito não foi divulgado.
A Polícia Civil informa que o caso segue sob investigação na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Vitória e até o momento nenhum suspeito foi detido. "Para que a apuração seja preservada nenhuma outra informação será repassada", finalizou por meio de nota.
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 181 - Disque Denúncia. A ligação é gratuita e o sigilo garantido.
► Outros canais para denunciar violência no ES
► Somos Todas Elas
A versão anterior afirmava equivocadamente que a medida protetiva foi concedida por um oficial de Justiça. O correto é que foi expedida pela Justiça. O texto foi corrigido.
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