Vítima de feminicídio, Sabrine Paixão de Lírio, de 27 anos – assassinada a facadas dentro de um provador da loja em que trabalhava em Aracruz, no Norte do Estado – planejava se mudar para uma cidade de Minas Gerais, onde moram parentes dela, com objetivo de fugir do ex-marido. Decidida, a diarista havia pedido demissão do emprego que tinha em uma padaria, mas não deu tempo dela concretizar seu plano. O crime aconteceu no fim da manhã desta quarta-feira (25), no bairro São José.
Suspeito do crime, o ex-marido de Sabrine, Alan Pinto Miranda, de 29 anos, foi preso, autuado em flagrante pelo crime de feminicídio qualificado por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima. Segundo investigações da Polícia Civil, a motivação do crime foi que ele não aceitava o fim do relacionamento.
O feminicídio aconteceu por volta de 11h50. A vítima fazia um trabalho de limpeza em uma loja de roupas, quando o homem apareceu, já com a faca em punho. Ele primeiro mandou a dona do estabelecimento sair de perto, a ameaçando também. Em seguida, desferiu quatro facadas em Sabrine, que caiu no chão do provador.
O homem foi preso cerca de duas horas depois, quando tentava se esconder na zona rural do município, na localidade de Córrego do Francês. De acordo com a Polícia Civil, após esfaquear Sabrine, Alan fugiu de carro e foi perseguido por policiais militares até a abordagem. Ele foi conduzido para a Delegacia de Aracruz.
No depoimento, segundo o delegado André Jaretta, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, o suspeito contou que queria voltar com o relacionamento, mas ela não aceitava e sentia ciúmes dela. Disse ainda que agiu com raiva, mas não tinha intenção de matá-la.
“A versão dele é que eles tinham rompido a relação, que tinha 14 anos, e a vítima não queria reatar. Ele queria voltar para a família, mas ela não aceitava. Disse ainda que sentia muito ciúmes dela e em um momento de raiva acabou cometendo o crime. Ele afirma não se lembrar quantas facadas deu, mas que não tinha intenção de matá-la. Foi um momento de ódio, que ele sentiu”, disse o delegado.
Conforme apuração da repórter Nádia Prado, da TV Gazeta Norte, Sabrine e Alan tinham duas filhas de uma relação estável que durou 14 anos: uma de 10 anos e outra de 8. O pai do suspeito já viu o casal brigar e amigos da vítima disseram que ele sempre foi ciumento. Os dois haviam rompido a união em dezembro do ano passado.
Desde então, Alan passou a importunar Sabrine e fazer ameaças com o uso de faca. No último dia 3 de janeiro, a diarista fez um boletim unificado e conseguiu uma medida protetiva contra o ex-marido.
Na última semana, no dia 20, a jovem voltou a ligar para a polícia relatando que Alan havia invadido a casa dela e quebrado a máquina de lavar. A polícia foi até o local, mas não o encontrou. O suspeito foi intimado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, mas ainda não havia comparecido à polícia.
Familiares contaram à reportagem que o velório de Sabrine começou na madrugada desta quinta-feira (26), na Igreja Batista Nacional, em Jacupemba, Aracruz. O sepultamento da diarista foi marcado para as 14h, em um cemitério de Sooretama, no Norte do Espírito Santo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta