A morte da adolescente Raissa da Silva Souza, de 15 anos, em Cariacica, no final da tarde de sábado (24), foi, para a família da vítima, o desfecho de um namoro cheio de brigas e agressões. A vítima foi morta com um tiro na cabeça. Ainda de acordo com parentes, um dia antes a adolescente havia recebido várias ameaças de morte.
Moradores da região contaram que um tio da menina estava na cozinha quando a adolescente e o ex-namorado dela começaram a discutir na varanda da casa. Um tiro foi disparado. Logo, o ex-namorado e o tio saíram da casa, o primeiro pedindo ajuda para fugir e o segundo pedindo por socorro para a sobrinha. O nome do suspeito não está sendo divulgado, pois a polícia não informou se ele está sendo procurado.
A Polícia Militar foi acionada e encontrou a menina ferida dentro da casa. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada, mas constatou que ela já estava morta.
No quintal da residência, próximo à entrada, os militares localizaram uma metralhadora semi-industrial com uma munição deflagrada. A arma foi recolhida e entregue ao plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Familiares de Raissa estiveram no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, na manhã deste domingo (25), para fazer o reconhecimento e a liberação do corpo da adolescente.
No dia anterior ao assassinato, o ex-namorado de Raissa enviou um áudio com diversas ameaças, dizendo que ele encontraria ela em qualquer lugar. "Onde eu te encontrar vou te pegar, ele dizia no áudio. Se não for, eu vou derramar mais sangue da família", contou a avó da menina, que pediu para não ter o nome divulgado.
Ela contou que, no sábado, o ex-namorado teria chegado armado à casa de Raissa e exigido que ele a acompanhasse até a casa do tio dela, em Vila Prudêncio, Cariacica.
"Quando cheguei do trabalho, no sábado, recebi a notícia que o ex-namorado tinha dado um tiro na testa da minha neta. Queremos que a polícia faça alguma coisa, todo mundo conhece ele. A minha dor é muito grande, já perdi um filho assassinado dentro de casa há três meses. O coração é um só e está pesado demais viver assim", contou a avó.
A avó conta que Raissa tinha medo do ex-namorado, com quem namorou por dois anos, e que havia terminado essa semana o relacionamento. "A adolescente já havia sido agredida por ele durante o namoro. E ele não queria que terminasse. Um dia, até a mãe dele falou com a mãe de Raissa 'meu filho vai matar sua filha'", lembrou.
Até o momento, nenhum suspeito do crime foi detido. A Polícia Civil informa que o caso seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e que somente após a autoridade policial que estará à frente das investigações formar sua convicção, pautada na análise dos elementos coletados no inquérito policial, que se poderá afirmar a presença de uma qualificadora, inclusive a do feminicídio.
A Polícia Civil destaca que a população tem um papel importante nas investigações e pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.
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