O companheiro da jovem Evellin Bernardo de Oliveira, de 20 anos, morta na véspera do aniversário dela em outubro de 2020, foi condenado a pouco mais de 27 anos de prisão. A sentença foi divulgada nesta quarta-feira (7), após o suspeito Felipe Martins Amorim, de 23 anos, ser levado à júri popular. De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o mesmo encontra-se no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 desde dezembro de 2020.
Evellin morreu após levar um tiro na cabeça no dia 30 de outubro, no Morro da Garrafa, em Vitória. Então com 21 anos, o suspeito afirmou que o tiro foi acidental. Segundo ele, por causa de uma crise de ciúmes, decidiu "dar um susto" na esposa com uma arma que não sabia que estava municiada.
O réu foi considerado culpado por homicídio qualificado com três agravantes: impossibilitar a defesa da vítima, a violência contra mulher e a situação de calamidade pública. A pena, fixada em 27 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão, deverá ser cumprida em regime fechado.
Procurada, a defesa de Felipe Martins de Amorim, representada pelo advogado Paulo Barbosa, afirmou que vai recorrer da decisão do júri. "Respeitamos a decisão do Tribunal do Júri ao condenar o Felipe. Mas não concordamos com a decisão de condená-lo por homicídio qualificado, pois a tese da defesa foi de homicídio culposo. Felipe não teve dolo ou mesmo intenção de matar sua companheira. Após o disparo acidental, ele a pegou pelos braços com a ajuda de um amigo e levou Evellin para ser socorrida no PA da Praia do Suá", declarou o advogado.
Na sentença, a juíza Lívia Regina Savergnini afirmou que o suspeito demonstrou ter "extrema ousadia, destemor e evidencia a intensidade do dolo e a indiferença com a vida alheia com que agiu" e que constantemente ameaçava a vítima de morte, "chegando, em uma ocasião, a ameaçá-la com uma arma de fogo e a disparar a arma, vindo, inclusive, a perfurar o telhado de uma casa da região".
De acordo com a magistrada, o réu também agrediu Evellin em outras ocasiões, até mesmo enquanto ela estava grávida. "Frisa-se que, nesse contexto, em conversa por aplicativo Whatsapp, o réu declarou para a mãe da vítima que 'gosto de bater não, gosto de matar. Mas ela tá grávida, né, deu sorte'”.
A juíza também afirmou que, após matar a jovem, "o acusado ainda desferiu um disparo para o alto, como forma de exibição e intimidação".
Testemunhas afirmaram à polícia na época que Evellin estava em uma festa no Morro da Garrafa, próximo ao local onde ela morava com a sogra e o companheiro. O motivo da comemoração seria o seu aniversário de 21 anos, que aconteceria no dia seguinte. No entanto, em certo momento, o casal acabou se desentendendo.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela sogra de Evellin, a jovem foi deixada no Pronto Atendimento (PA) da Praia do Suá, também na Capital, com um tiro na cabeça e depois levada ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), onde não resistiu ao ferimento e morreu. A jovem deixou um filho de apenas quatro meses de idade.
"Eu trouxe a minha filha para casa em um caixão, no dia do aniversário dela. Fiz de tudo para trazer a minha filha de volta, e eu trouxe ela em um caixão junto comigo", disse a mãe de Evellin, Aline Bernardo, para a TV Gazeta em novembro.
A defesa de Felipe Martins de Amorim enviou nota sobre a condenação e diz que vai recorrer da decisão do júri. O texto foi atualizado.
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