A jovem de 22 anos, apontada como a responsável pelo apartamento no Centro de Vila Velha, onde foram encontrados 11 animais mortos no último dia 8 de janeiro, confessou, em depoimento ao delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia de Meio Ambiente, que usou R$ 15 mil arrecadados em uma vaquinha virtual, destinada aos cuidados com os animais resgatados, para comprar drogas.
A informação foi confirmada pelo delegado para a CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais da Assembleia Legislativa (Ales). Em breve conversa com a reportagem, a mãe da jovem afirmou que a filha continua internada em uma clínica psiquiátrica, e que deve sair de lá direto para a delegacia — mas não informou quando.
Na próxima semana, a CPI quer ouvir a jovem, a mãe dela — dona do abrigo e protetora de animais — e o pai . A comissão pretende reunir elementos para apurar a morte dos 11 animais e maus-tratos a cães e gatos resgatados abandonados dentro do apartamento.
De acordo com a presidente da CPI, deputada Janete de Sá (PMN), a medida pretende evitar a impunidade para quem comete crimes contra os animais. “A morte e os maus-tratos de cães e gatos chocaram a população capixaba, bem como as precárias condições do Abrigo Au-Au Carente”, destacou a parlamentar.
A reportagem de A Gazeta demandou a Polícia Civil, a fim de saber novas informações sobre a ocorrência, mas o órgão respondeu que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (DPMA) e que outras informações só serão repassadas após a conclusão do inquérito policial.
A Guarda Municipal de Vila Velha foi acionada por moradores no dia 8 de janeiro, após a vizinhança estranhar o forte odor dentro de um apartamento. Dentro do imóvel havia vários animais mortos e maltratados, que estavam completamente abandonados há, pelo menos, duas semanas.
A descoberta do crime começou por volta das 16h20. O cheiro era tamanho que ultrapassou a barreira formada pelas duas portas de entrada trancadas e lacradas com fita adesiva nas extremidades.
Vídeos e fotografias feitas no apartamento revelam o cenário desolador: o chão estava repleto de fezes dos animais e restos de jornais molhados com a urina deles; os cestos de lixo estavam revirados e espalhados; as bacias que deveriam estar com água, totalmente secas. Sem contar os restos mortais.
"Eu nem consegui entrar no local. Nenhum dos nossos agentes tinha encontrado uma situação semelhante a essa antes. Eles se sentiram impotentes e completamente desolados com a crueldade praticada ali e com todo o cenário", comentou Rusley Medeiros.
Segundo ele, pode ser até que mais animais tenham morrido e que, pelo estado de decomposição, não puderam ser identificados e contabilizados. "A equipe chegou, mais ou menos, neste quantitativo de onze animais mortos, pelo o que foi visto, mas não dá para ter certeza", admitiu.
Equipes da Secretaria do Meio Ambiente de Vila Velha também estiveram no local e constataram que todos os cachorros e gatos perderam a vida em decorrência da falta de água e de comida. Ainda de acordo com a inspetoria, os animais estariam mortos há 15 dias, no mínimo.
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