Os familiares de dois jovens de Linhares, no Norte do Espírito Santo, sofrem com a falta de informações em relação ao paradeiro deles. As famílias afirmam que Erick Dias da Silva, de 20 anos, e Jeferson Oliveira de Jesus, de 22, foram sequestrados dentro de casa por homens vestidos com roupas da Polícia Civil. Essa angústia começou na madrugada da última quinta-feira (26), no bairro Interlagos II.
De acordo com a esposa de Erick, Thainá Andrade Marçal, que estava em casa no momento em que os jovens foram levados, três homens armados invadiram o local por volta de 1h30.
Segundo o relato da mulher, alegando ser policiais, os homens usaram lacres para amarrar as pernas e os braços e cobrir a boca dela e dos jovens. Uma criança de 3 anos, filha de Erick e Thainá, também estava na casa. Ela afirma que os três homens levaram os jovens, dizendo que iriam para a delegacia. Desde então, nenhum deles voltou para casa.
"Já chegaram armados, arrombaram as portas e já chegaram revirando a casa, com a roupa da Civil. Passaram o lacre no meu pé, na minha mão. Eles (Erick e Jeferson) deitados no chão da sala", lembrou a mulher para a reportagem da TV Gazeta Norte.
Mesmo amarrada, a jovem conseguiu se levantar e pedir socorro a uma vizinha que passava pela rua, já na manhã do dia seguinte. Como os homens haviam levado a chave da casa, a porta precisou ser arrombada.
O pai de Jeferson, que preferiu não se identificar, veio da Bahia para tentar encontrar pistas sobre o paradeiro do filho. Ele diz que já percorreu outros municípios da região, mas não conseguiu nenhuma informação. Os familiares dos jovens estiveram na Delegacia Regional de Linhares e registraram um boletim de ocorrência. Mas a queixa foi registrada como comunicação de desaparecimento e não sequestro.
"Sequestrado sim, não desaparecido. Desaparecidas são pessoas que saem de casa e não voltam. Mas a casa foi invadida pelas pessoas que levaram esses rapazes", pontuou o pai de Jeferson.
A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado e que já existe uma linha de investigação. Ainda de acordo com a polícia, detalhes não serão informados para não atrapalhar o processo.
Sobre o fato de o caso ter sido registrado como comunicação de desaparecimento, a instituição afirmou que trata-se de uma falha do registro, mas que isso não afeta a condução do caso.
*Com informações de Luiz Zardini, da TV Gazeta Norte
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