Seis jovens envolvidos na invasão do presépio em Bom Jesus do Itabapoana, no Rio de Janeiro, já prestaram depoimento nesta segunda-feira (23). Segundo a polícia, ainda resta ouvir uma pessoa para que o inquérito seja concluído.
Segundo a Delegacia de Polícia Civil do município isso deverá acontecer nos próximos dias porque o suspeito mora em outra cidade. Mesmo sem a conclusão das investigações, a Polícia Civil informou que todos devem ser indiciados pelo crime, que se enquadra no artigo 208 do Código Penal Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.
Na madrugada do último sábado (21), um grupo invadiu o presépio montado na Praça Governador Portela, no Centro, e danificou as peças que compõe a cena do nascimento de Cristo. Como se não bastasse, um dos integrantes montou sobre os animais e outro ainda beijou a boca da imagem de um rei Mago. A ação foi filmada pelos próprios acusados e divulgada nas redes sociais.
Na gravação, os participantes do ato também ironizam sobre a invasão e questionam se poderiam acabar presos. "Será que a gente vai ser preso por invadir o presépio? Gente, que blasfêmia", disse uma das participantes. Em outro momento do vídeo, a mesma pessoa ironiza os evangélicos quando uma mulher monta sobre o camelo. "Ela está montada no camelo, muito evangélica, 'evangelicalíssima', descreveu. Por fim, um rapaz atende ao pedido feito por quem filmava e beija na boca uma estátua de santo. "Beija o Rei Mago, beija. Que delícia", diz. Na sequência, o mesmo jovem pede aos amigos para que saíssem do local e o vídeo acaba.
Um dos envolvidos seria natural de Guaçuí, no Espírito Santo, mas reside em Bom Jesus do Itabapoana, informou a delegacia.
As cenas de desrespeito à encenação religiosa revoltou moradores da região e também nas que fazem divisa com a cidade. Alguns dos envolvidos são ex-alunos do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Bom Jesus do Itabapoana, o que levou o diretor-geral da instituição, Carlos Freitas, a divulgar uma nota condenando a atitude dos jovens e explicando que o IFF não tem nenhuma relação com o caso.
"O Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana, por meio do Diretor-geral Carlos Freitas, repudia veementemente o ato inconsequente dos recém-formados, ocorrido na madrugada deste último sábado, dia 21 de dezembro de 2019, na praça Governador Portela, em Bom Jesus do Itabapoana. Esta atitude não representa o que lhes é ensinado em nosso ambiente escolar. Pelo contrário, entendemos que servidores e terceirizados da instituição têm suas atitudes pautadas no respeito ao próximo. Eu, diretor-geral da instituição, ressalto que conheço pessoalmente cada um destes estudantes e seus respectivos familiares. Por diversas vezes estivemos juntos em meu gabinete para discutirmos ações que trouxessem melhorias a nossa escola. Considero todos os envolvidos como grandes amigos, pois foi assim que construímos nosso relacionamento durante o tempo que ali permaneceram. Contudo, tal atitude não é justificável. Sinto-me muito envergonhado pelo que fizeram".
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