Preso na última sexta-feira (29), o ex-vereador de João Neiva Lucas Recla, cujo mandato foi cassado por quebra de decoro parlamentar, teve o direito de liberdade provisória concedida pela Justiça. Ele pagou uma fiança de dez salários mínimos, o equivalente a R$12.120,00, e foi solto neste domingo (1).
Lucas havia sido detido após agredir policiais civis e exibir uma arma de fogo no centro da cidade, que fica no Norte do Estado. Segundo o boletim unificado (BU) do caso, ele se negou a entregar a arma para conferência da numeração, empurrou o policial e atingiu a boca dele, causando sangramento. Uma pistola 9mm foi recolhida.
O juiz Felipe Leitão Gomes, da Vara de São Mateus, também determinou que a posse e o registro da arma de fogo do ex-parlamentar fiquem suspensas, e que ela permaneça acautelada pelo Estado.
Além disso, Recla não pode sair do município, frequentar bares, boates e estabelecimentos semelhantes e deve comparecer em todos os atos do processo.
Na audiência de custódia, o juiz ainda considerou a confusão na Câmara Municipal como "vergonhosa" e criticou a "praça de guerra" que se tornou a sessão, com "agressões mútuas, e, inclusive, agressões praticadas pelo próprio conduzido".
Uma sessão extraordinária na Câmara Municipal de João Neiva, na última quinta-feira (26), foi marcada por tumulto. O presidente da Casa, o vereador Glauber Tonon (Republicanos) e a auxiliar administrativa da Câmara Bruna Gabrieli Cometti disseram ter sido agredidos por Lucas Recla. Ele negou o ocorrido.
"Na minha visão, como cidadão, trata-se de uma situação deveras vergonhosa, uma casa de Lei chegar a se transformar em uma “praça de guerra”, com agressões mútuas, e, inclusive, agressões praticadas pelo próprio conduzido. Junta-se a isso, o fato do conduzido, quando da chegada dos policiais para realizarem a intimação de uma terceira pessoa, primeiro ele apareceu na janela da casa, sendo que as pessoas se identificaram como policiais, e, ainda, o autuado desceu ao encontro deles em posse da arma de fogo, ocasião que, caso estivesse sendo ameaçado, como afirmado por ele em audiência, não teria descido ao encontro dos policiais", defendeu.
Após a confusão, a Câmara votou pela cassação do mandato de Lucas Recla por quebra de decoro parlamentar. Por 10 votos contra um, ele foi retirado do cargo. A única parlamentar que votou contra a cassação foi a vereadora Simone Dentista (Progressistas).
O presidente Tonon afirmou que o processo foi aberto porque o parlamentar disse que havia uma organização criminosa entre os vereadores. “Ele disse que a Câmara tinha uma organização criminosa e não apresentou documentos para provar. Isso configura uma quebra de decoro. No ano passado, ele já tinha cometido desrespeito a vereadores na hora das votações. Ele quer obrigar os vereadores a votar do jeito que ele quer."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta